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DOUTORANDO EM EDUCAÇÃO MESTRE EM FILOSOFIA. ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS. BACHAREL E LICENCIADO EM FILOSOFIA. EDUCADOR. MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE ARAGUARI. MEMBRO DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE. ESCRITOR PREMIADO EM DIVERSOS CONCURSOS LITERÁRIOS. COLABORADOR Da REVISTA MUNDO JOVEM E DE DIVERSOS JORNAIS, PERIÓDICOS E BOLETINS. Assessor Pedagógico, Coordenador de Projetos educacionais e culturais. Autor do Livro "Camaleão: metapoesia".

RESUMOS E SIMULADOS

RESUMOS E SIMULADOS


RESUMO 


RESUMINHO DE FILOSOFIA (UFU)
Definição do mito
O mito narra como, graças às façanhas dos entes sobrenaturais, os deuses, uma realidade passou a existir. É sempre, portanto, a narrativa sagrada e legislativa de uma “criação”, pois relata de que modo algo foi produzido e começou a ser. É uma cosmogonia, composta da palavra cosmos, que significa mundo ordenado e da palavra gonia, que vem da palavra genese, que significa nascimento, surgimento. O mito pressupõe adesão plena, admite incoerências e é transmitido pelo poeta-rapsodo, tido como autoridade religiosa.
A Filosofia possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia. A palavra cosmologia é composto de duas outras: cosmos, que significa mundo ordenado e organizado, e logia, que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento, estudo.

Heráclito de Éfeso (545-480 a C.) O Eterno Fluxo
A realidade para Heráclito é multiplicidade e movimento permanente. O permanente, o estável, para ele é ilusão. A luta dos contrários: quente e frio, seco e úmido, bonito e feio, formam uma unidade, uma harmonia feita pelo movimento dos contrários.
O Logos é que compreende e sabe que a harmonia e a unidade nasce da contradição, do movimento e da multiplicidade. “A natureza gosta de se ocultar”, afirma Heráclito, querendo dizer com isso que a aparência das coisas não revela a sua verdade que é o eterno fluxo de tudo e sua contradição a estabelecer que tudo é Um: harmonia e unidade que somente o Logos sabe.

Parmênides de Eléia (540 – 470 a C.) - Imobilidade do Ser
Seu pensamento expõe dois caminhos: o da verdade (Alethéia): “o que é; e o outro caminho que é um atalho, desvio da verdade: “o que não é”. O segundo caminho revela-se impossível (nada) corresponde ao “não-ser”.
A busca racional do ser vai nos revelar um ser uno, imutável, ingênito, imperecível, eterno, não contraditório e idêntico a si mesmo. Que só podemos conhecer pelo pensamento, já que pensar e ser é uma só coisa para ele.

Sócrates: O marco divisor da filosofia grega
Com Sócrates a filosofia passa a ser uma investigação sobre os fundamentos éticos, o conhecimento de si mesmo, passa a investigar o próprio homem, o homem se torna o objeto da filosofia.
Ironia, isto é, refutação: feita a pergunta, Sócrates comenta as várias respostas que a ela são dadas, mostrando que são sempre preconceitos recebidos, imagens sensoriais percebidas ou opiniões subjetivas e não a definição buscada.
Maiêutica, isto é, parturição: Sócrates, ao perguntar, vai sugerindo caminhos ao interlocutor até que este chegue à definição procurada. Esta segunda parte é uma arte de realizar um parto, no caso, parto de uma idéia verdadeira.
O diálogo socrático é aporético, pois não consegue alcançar a definição completa daquilo que se perguntou: “só sei que nada sei”.

Platão (427 – 347 a C.): Do mundo das sombras ao mundo das idéias
Duas ordens de realidade: o mundo sensível (doxa) da mudança, da aparência, do devir dos contrários, e o mundo inteligível (epistême) da identidade, da permanência, da verdade, conhecido pelo intelecto puro, sem qualquer interferência dos sentidos e das opiniões.
O mundo sensível é uma sombra, uma cópia deformada ou imperfeita do mundo inteligível das idéias ou essências. O movimento dialético da alma começa com as sombras (ilusões), passa pelos objetos sensíveis (doxa), vai para o primeiro momento do inteligível que são os raciocínios (matemática) até contemplar o bem (analogia do sol).
Para Platão o conhecimento é reminiscência . O conhecimento é recordação, é a visão interior da verdade que alma havia contemplado no mundo inteligível. Aqueles que conheceram a idéia verdadeira de justiça, de igualdade e do Bem são os melhores e governarão a cidade; os filósofos.

Aristóteles (384 – 322 a C.): A Metafísica
A substância primeira é o ser individual concreto, existente por si mesmo e que não se diz de algum outro, pois é sujeito, suporte e substrato. Já a substância segunda são os universais, gêneros e espécies das substâncias primeiras.
Aristóteles concebe os seres ou entes como uma unidade substancial de matéria e forma.
A forma é quem determina a matéria. Informa o ser /ente, diz o que ele é.
Conhecer para Aristóteles é buscar as causas. Causa para ele é em sentido bastante amplo: tudo aquilo que determina a realidade de um ser ou ente. Distingue então as quatro causas primeiras de todos os seres/entes: a material, a formal, a eficiente e a final.
Ato e Potência: Explicando a mobilidade/transformação dos seres/entes
A matéria possui potencialidade indeterminadas e a forma lhe dá determinações na constituição de um ser/ente em ato .
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Noções de Lógica – Proposição, dedução (Silogismo)
O silogismo: Um silogismo é constituído por três proposições. A primeira é chamada de premissa maior, a segunda, de premissa menor e a terceira de conclusão, inferida das premissas pela mediação de um termo médio. Por isso, a arte do silogismo consiste em saber encontrar o termo médio que ligará os termos extremos e permitirá chegar à conclusão.
O silogismo deve obedecer a um conjunto complexo de regras. Que são as do silogismo clássico; exemplo: Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal.
.a premissa maior deve conter o termos extremos maior e médio : mortal e homem
.a premissa menor deve conter o termos extremos menor e médio: Sócrates e homem
.a conclusão deve conter os termos maior e menor: mortal e Sócrates
Sendo a função do termo médio ligar os termos extremos, ele deve estar nas premissas, nunca na conclusão.
O silogismo científico e o dialético: O silogismo dialético é aquele cujas premissas se referem ao que é apenas possível ou provável já o silogismo científico é aquele que se refere ao universal e necessário, suas premissas são apodíticas (necessárias) e sua conclusão também é apodítica. Suas premissas devem verdadeiras (não podem ser possíveis ou prováveis).

A Filosofia Patrística ( séc. I a V d. c.)
No interior da patrística surgiram duas posições em relação ao uso da filosofia grega para defesa da nova fé : os padres mais ligados à Igreja Grega defenderam e usaram a filosofia grega como apologia de sua fé. A Igreja ligada mais a Roma, com Tertuliano (séc. II e III) a frente reagiram contra esta mistura e defenderam a originalidade da revelação cristã.

Santo Agostinho ( 354 – 430): A doutrina da iluminação divina
Deus cria as coisas a partir de modelos imutáveis e eternos, que são as idéias divinas. Essas idéias ou razões não existem em um mundo à parte, como afirmava Platão, mas na própria mente ou sabedoria divina, conforme o testemunho da Bíblia.
Agostinho entende a percepção do inteligível na alma como irradiação divina no presente. Assim como os objetos exteriores só podem ser vistos quando iluminados pela luz do sol, também as verdades da sabedoria precisam ser iluminadas pela luz divina para se tornarem conhecidas pelo intelecto. Deus não substitui o intelecto quando o homem pensa o verdadeiro, a iluminação teria apenas a função de tornar o intelecto capaz de pensar corretamente em virtude de uma ordem natural estabelecida por Deus.

A questão dos Universais.
Duas soluções opostas foram dadas pelos filósofos da Idade Média:
A posição realista : de Santo Anselmo e Guilherme de Champeaux , afirma que: os universais existem como natureza comum real, e os indivíduos diferem apenas em seus acidentes e não em sua substância (essência, universalidade comum).
A posição nominalista : de Roscelino, que afirma uma posição diametralmente oposta ao realismo, defendendo a tese de que a realidade é constituída pelos indivíduos, não sendo o universal mais do que uma simples emissão de voz humana (flatus vocis), meros nomes.

Santo Tomás de Aquino (1221-1274)
S. Tomás de Aquino procurou estabelecer o perfeito equilíbrio entre Fé e Razão, teologia e filosofia; distinguindo-as mas não as separando necessariamente:
A Teologia, tem como fonte as luzes da razão divina manifestadas na revelação;
A Filosofia, tem como fonte as luzes da razão natural, tal como na obra de Aristóteles.
Mas, não pode haver conflitos entre elas, ambas buscam uma só verdade.
É por sua dupla natureza que o homem pode conhecer (já que é alma), mas não pode ter contato direto com o inteligível, já que também é corpo.
O conhecimento humano parte sempre dos sentidos, que revelam objetos concretos e singulares: mas, através da abstração, é capaz de finalmente forjar conceitos universais. Exemplo: deste gato concreto e singular que inicio conhecendo pelos sentidos, sou capaz de abstrair e forjar o seu conceito universal: felino
As cinco provas da existência de Deus:Pelo movimento, o primeiro motor. Pela causa eficiente, a causa primeira é Deus. Pelo necessário e o contingente, o ser necessário é Deus. Pelos graus de perfeição, o ser perfeitíssimo é Deus. Pela finalidade, pela ordem e governo do mundo, o ser inteligente que dirige todas as coisas da natureza é Deus.

O Racionalismo de René Descartes (1596 – 1650)
Método, quer dizer, um “caminho seguro para bem conduzir a razão à verdade nas ciências”.
As quatro regras fundamentais do método são a evidência, a análise, a síntese e a enumeração.
O objetivo da dúvida cartesiana é encontrar uma primeira verdade impondo-se com absoluta certeza. Trata-se de uma dúvida metódica, voluntária, provisória e sistemática. Não atingiremos a verdade se, antes, não pusermos todas as coisas em dúvida. Após duvidar de tudo, descobre a primeira certeza : “Cogito, ergo sum”- “Penso, logo sou (existo)”.
Aqui está o racionalismo de R. Descartes : ele funda sua primeira certeza somente na razão. O homem é pensamento.
Três tipos de idéias que se diferenciam por origem e qualidade :
A) Adventícias : originam de nossas sensações, lembranças; idéias que nos vêm da experiência. Podem ser verdadeiras ou falsas.
B) Fictícias : aquelas que criamos em nossa fantasia e imaginação. Essas idéias nunca são verdadeiras.
C) Inatas : inteiramente racionais e só podem existir porque já nascemos elas ; porque são resultado exclusivo da capacidade pensar e, portanto, independentes da experiência sensível. Assinaturas do Criador ; a razão é a luz natural inata que nos permite conhecer a verdade.

O Empirismo de David Hume (1711 – 1776)
“Podemos, pois, dividir aqui todas as percepções da mente em duas classes ou espécies, as quais se distinguem pelos seus diferentes graus de força ou vivacidade”. Hume refere-se as impressões, como fonte dos pensamentos ou idéias.
Negou a validade universal do princípio de causalidade e à noção de necessidade a ele associada. A causalidade não seria, assim, uma propriedade real, mas simplesmente o resultado de nossa forma habitual de perceber fenômenos, relacionando-os como causa e efeito, a partir de sua repetição constante.
Para Hume causa e efeito não se fundamentam na razão; causa e efeito se explicam pelo hábito, na observação sensível, pela experiência de eventos, acontecimentos, sucessivos, repetidos que nos leva a inferir a existência de um objeto (efeito), pelo aparecimento de outro (causa).
Assim, Hume defendeu o ceticismo teórico, considerando que inclusive a Ciência da Natureza estaria definitivamente limitada à mera probabilidade.

Immanuel Kant (1724 – 1804)
Revolução copernicana foi a valorização do sujeito, colocado como o centro a questão do conhecimento e o agente construtor do conheciemnto.
Juízos analiticos: sempre a priori, universais e necessários, porém não ampliativos, pois o predicado apenas explicita o conteúdo do sujeito.
Juízos sintéticos são os ampliativos pois o predicado acrescenta algo novo ao sujeito. J. sintético a posteriori: validade no tempo da experiência. J. sintético a proiri: é o cinetífico, universal e necessário (matemática e física).
Kant afirma que o conhecimento humano é constituído de matéria e forma. A matéria dos nossos conhecimentos é dada pelos objetos (empírico) e a forma é fornecida por nós mesmos (puro). Assim, para conhecer as coisas, temos de organizá-las a partir das formas a priori da sensibilidade, o tempo e o espaço, como também aplicá-las às formas a priori do entendimento, às categorias ou conceitos puros.
“Não temos conhecimento das coisas-em-si, mas somente das coisas-como-apreendidas, pois o conhecimento só é possível quando o espírito assume sob suas formas a priori os dados da experiência imediata”.
Idealismo transcendental: é o sujeito, com suas capacidades e estruturas a priori, que constrói a realidade objetiva. Por transcendental compreende-se o conhecimento, não do objeto, mas das condições a priori (espaço e tempo) que possibilitam o conhecimento.

Nicolau Maquiavel: A verdade efetiva / veritá effetuale
Sua metodologia é ver e examinar a realidade tal como ela é e não como gostaríamos que ela fosse. Diferente dos teólogos que partiam da Bíblia e do Direito Romano ou dos renascentistas que partiam dos filósofos clássicos, Maquiavel parte da experiência real de seu tempo.
O poder político tem, pois, uma origem mundana. Nasce da própria “malignidade” que é intrínseca à natureza humana. O poder aparece como a única possibilidade de enfrentar o conflito. O governante é aquele que possui virtù, sendo capaz de manter o domínio adquirido. Maquiavel sublinha que o poder se funda na força mas é necessário virtù para se manter no poder. O sucesso tem uma medida política: manutenção da conquista. Maquiavel afirma que há “vícios que são virtudes”. Não tema pois o príncipe que deseje se manter no poder “incorrer no opróbrio dos defeitos mencionados, se tal for indispensável para salvar o Estado”.
Fortuna: Circunstâncias, destino, sorte, providência.

Os contratualistas: Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau
Estado de Natureza
T. Hobbes: “O homem é lobo do homem”. Direitos naturais: autopreservação.
Locke: Os homens são iguais, livres e independentes. Direitos naturais: propriedade privada (liberdade, vida, bens, corpo, trabalho), independência, igualdade.
J.J.Rousseau: Os homens são selvagens, sadios, ingênuos e felizes. Surge a propriedade privada , consequentemente as desigualdades e as discórdias entre os homens e o primeiro contrato ou a sociedade civil, um falso contrato. Direitos Naturais: vida, felicidade, manutenção .
Contrato
T. Hobbes: É o instinto de conservação da própria vida que leva ao contrato (pacto entre os súditos) que provoca a saída do estado de natureza e a instauração do estado social (que é, portanto, artificial). O poder político é privado.
Locke: O contrato social, provoca a instauração da sociedade civil, que busca a segurança, o conforto e a paz, garantindo a propriedade privada. O poder político funda-se nas instituições políticas.
J.J.Rousseau: O contrato é legítimo (pacto entre governados e governantes), onde abdica-se de todos os direitos em favor da comunidade, isto é, o corpo moral e coletivo (Estado). O estado busca satisfazer o bem-comum e não o bem particular.
Soberania
T. Hobbes: Absoluta, Legítima, Una, Indivisível, Intransferível, Irrevogável.
Locke: Restrita, Legítima, Divisível, Direitos privados: liberdade de pensamento, expressão e religião (na verdade igualdade apenas abstrata e formal); insurreição (o poder é um ‘trust’: confiança), iniciativa econômica (propriedade privada).
J.J.Rousseau : Legítima, Indivisível, Inalienável. O povo soberano (cidadãos ativos e súditos passivos).

Hegel: A Lógica Dialética
A dialética tem por missão descobrir e fazer patente essa profunda racionalidade do real. Qual é o motor deste movimento dialético? É a negação ou contradição, é “a alma dialética que contém em si mesma todo o verdadeiro”. A negação/contradição é o motor do movimento dialético da vida do Espírito (razão/idéia).
Os três momentos da dialética: Afirmação (Tese) Ex.: o botão (de uma flor); Negação (Antítese) Ex.: a flor; Negação da Negação (Síntese/ Superação ou suprassumida) Ex. o fruto
O verdadeiro protagonista da história é o Espírito (Razão/Idéia) e o fim que o move é a conquista da liberdade. A história é processo de desenvolvimento da liberdade. O que está em jogo nela é o progresso do homem na consciência de sua liberdade.
A razão/Espírito faz com que o interesse particular da paixão sirva de instrumento a realização do interesse universal. Os grandes indivíduos e personagens históricos tais como Napoleão não tinham consciência de que os fins particulares que perseguiam eram momentos do fim universal da Razão.
O Estado: É o desenvolvimento concreto da idéia de Estado que conduz a História. Para Hegel a instituição que assegura a realização/efetivação do fim a que se dirige a história, a liberdade. O Estado é o material com o qual se constrói na história o fim último do espírito/idéia. É a realização (efetivação) da liberdade, da união da vontade universal do espírito/idéia e da vontade subjetiva (particular/individual) dos indivíduos.

Karl Marx ( 1818-1883) e F. Engels (1820-1895)
“Os filósofos não têm feito senão interpretar o mundo de diferentes maneiras: o que importa é transformá-lo” K. Marx
Para Marx, a sociedade se estrutura em níveis. O primeiro nível, chamado de infra – estrutura, constitui a base econômica (que é determinante, segundo a concepção materialista). Engloba as relações do homem com a natureza, no esforço de produzir a própria existência, e as relações dos homens entre si. O segundo nível, político – ideológico, é chamado de superestrutura que é constituída pela estrutura jurídico – política representada pelo Estado e pelo direito e pela estrutura ideológica referente às formas da consciência social, tais como a religião, as leis, a educação. Em todos estes casos ocorre a sujeição ideológica da classe dominada cuja cultura e modo de vida reflete as idéias e os valores da classe dominante.
Marx chama de práxis à ação humana de transformar a realidade, a união dialética da teoria e da prática. Isto é, ao mesmo tempo que a consciência é determinada pelo modo como os homens produzem sua existência, também a ação humana é projetada, refletida, consciente.
Para Marx, o Estado não supera as contradições da sociedade civil, mas é o reflexo delas, e está aí para perpetuá-las. Por isso só aparentemente visa o bem comum, estando de fato a serviço da classe dominante. Portanto, o Estado é um mal que deve ser superado.

Aristóteles – Ética: Virtudes e Caráter
A felicidade é alcançada mediante a virtude. A virtude é uma atividade conforme a razão. A virtude é ação consciente segundo a razão. Tudo aquilo que se busca, se busca por um fim, para se conseguir algo. A felicidade é um fim em si mesma e nunca um meio.
Aristóteles concebe o homem como um “animal político” e a Política é a ciência que tem como objeto de estudo o Sumo Bem. A política tem como objetivo buscar o bem comum.
A virtude é o agir por justa medida, esta é a virtude ética. O homem ideal é aquele que age moderadamente, sempre no meio termo. A virtude ética é a justa medida que a razão impõe a sentimentos, ações ou atitudes. A virtude não é uma inclinação, mas uma disposição. É um hábito adquirido socialmente ou uma disposição constante e permanente para agir racionalmente em conformidade com uma medida humana, determinada pelo homem prudente.

Ética Kantiana
A ética (moral) na razão, independe da religião e da comunidade. Kant sustenta que há uma lei moral objetiva. Ela é conhecida por nós não pela experiência, mas pela razão. Dever é “uma necessidade prática, incondicional da ação, (a qual) deve ser válida para todos os seres racionais e que, por essa razão também pode ser uma lei para todas as vontades humanas”. “O dever é uma necessidade de cumprir uma ação por respeito a lei” É um imperativo, o qual, por causa de sua origem incondicional, em categórico.
A boa vontade segundo I. Kant é a vontade de agir por dever. Muitas vezes agimos em conformidade com o dever, sem que isso signifique em agir por dever.
A inclinação: está fundada na liberdade do mundo sensível, é a dependência da faculdade de apetições das sensações. Possuir uma vontade determinada exclusivamente por inclinação é ser desprovido de espontaneidade, reagir à estímulos, é uma “escolha animal”. Os objetos da inclinação têm um valor condicionado, não são desejados “por si mesmos”, mas por concorrerem para satisfazer fins fora deles: as necessidades de inclinação.
Imperativo hipotético: Estes nos apresentam uma ação como necessária para alcançar um certo fim. Por exemplo: os imperativos da prudência, que nos prescrevem os meios mais seguros para alcançar a felicidade.
Imperativo categórico: Este imperativo declara se uma ação necessária por si, mesma, “sem relação com qualquer outra finalidade”, e só está interessado na “forma da ação e no princípio que a rege”.

Nietzsche
Busca promover a grande transformação no modo de vida, questionando de modo radical os fundamentos dos valores morais que norteiam nossas atitudes na vida. Sua filosofia busca recuperar, revalorizar o equilíbrio entre as forças instintivas e vitais do homem que foram subjugadas pela filosofia socrático-platônica e pelas religiões.
O espírito dionisíaco: Os rituais dionisíacos: deus da dança, da embriaguez, que habita a natureza, simbolizando a força vital, a alegria, o excesso. O desejo: a “afirmação da vida”.
O espírito apolíneo: A filosofia, representada por Sócrates, o “homem de uma visão só”, instaura o predomínio da razão, da racionalidade argumentativa, da lógica, da demonstração
Tradição filosófica: triunfo do espírito apolíneo em detrimento do dionísico. A filosofia socrático-platônica representou a tentativa de compreender e dominar a vida com a razão.
O Cristianismo: Reforço na direção do apolíneo, enaltecendo o espírito do sacrifício e da submissão, com o pecado e a culpa.
Moral do senhor: valorização da força, da saúde, da criatividade, do amor à vida, da embriaguez dionisíaca, do novo orgulho.
Moral do escravo:caracterizada pelo ódio dos impotentes, pelo ressentimento contra aquelas características e pela crença em um mundo superior, que torna a Terra algo inferior e imperfeito, da qual se aspira distância.
A civilização, de acordo com o Nietzsche, foi criada pelos fortes, pelos inteligentes, pelos homens competentes, os líderes que se destacaram da massa. Moralistas como Sócrates e Jesus, porém, negaram essa realidade em nome dos fracos.
Propagando uma moral que protegia os fracos dos fortes, os mansos dos ousados, que valorizava a justiça em vez da força, eles inverteram os processos pelos quais o homem se elevou acima dos animais e exaltaram como virtudes características típicas de escravos: abnegação, auto-sacrifício, colocar a vida a serviço dos outros. Nossa cultura é fraca e decadente. A verdade e a moral são os instrumentos que os fracos inventaram para submeter e controlar os fortes, os guerreiros.
Vontade de potência: "Super-homem": Considerando que os valores não têm origem divina ou transcendente, Nietzsche afirma que somos livres para negá-los e escolher nossos próprios valores. Ao "tu deves" devemos responder com o "eu quero". É a vontade de poder que permite ao indivíduo que se autoelege desenvolver seu potencial máximo de modo a tornar-se um super-homem ou um ser além-do-homem - isto é, que se coloca acima da massa.

Jean Paul Sartre (1905 – 1980): O existencialismo
“O importante não é o que fazem do homem, mas o que ele faz do que fizeram dele”.
A existência precede a essência: “(...) há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem (...). O que significará aqui o dizer-se que a existência precede a essência? Significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e que só depois se define. O homem, tal como o concebe o existencialista, se não é definível, é porque primeiramente não é nada. (...) Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a subjetividade (...).”
As coisas, objetos e a natureza é um Em-si, um “bloco fechado em si mesmo”, porque não tem consciência de ser. O homem é o que ele próprio se faz. Condição humana fundamental o homem é, antes de mais nada, um projeto que se vive subjetivamente. O homem é um PARA-SI: Liberdade, Consciência, Escolha.
Angústia: O homem é angústia. Significa que ao escolher aquilo que quer ser, ele se torna um legislador; a escolha afirma valor, responsabilidade = angústia.
Responsabilidade e compromisso: Somos responsáveis por nossas escolhas. Quando dizemos que o homem é responsável por si próprio não significa dizer que o é pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens. A liberdade se faz nas escolhas.
A má – fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem na verdade escolher. Imagina que seu destino está traçado, que os valores são dados; aceitando as verdades exteriores, “mente” para si mesmo, simulando ser o próprio autor dos seus atos. É um conformismo. Aceita os valores estabelecidos.

SIMULADO 
FILOSOFIA ANTIGA


Exercícios - Filosofia (do mito ao logos)


1- (UEL- 2003) “Tales foi o iniciador da filosofia da physis, pois foi o primeiro a afirmar a existência de um princípio originário único, causa de todas as coisas que existem, sustentando que esse princípio é a água. Essa proposta é importantíssima... podendo com boa dose de razão ser qualificada como a primeira proposta filosófica daquilo que se costuma chamar civilização ocidental.” (REALE, Giovanni. História da filosofia: Antigüidade e Idade Média. São Paulo: Paulus, 1990. p. 29.)
A filosofia surgiu na Grécia, no século VI a.C. Seus primeiros filósofos foram os chamados pré-socráticos. De acordo com o texto, assinale a alternativa que expressa o principal problema por eles investigado.
a) A ética, enquanto investigação racional do agir humano.
b) A estética, enquanto estudo sobre o belo na arte.
c) A epistemologia, como avaliação dos procedimentos científicos.
d) A cosmologia, como investigação acerca da origem e da ordem do mundo.
e) A filosofia política, enquanto análise do Estado e sua legislação.

2- (UEL- 2003) Ainda sobre o mesmo tema, é correto afirmar que a filosofia:
a) Surgiu como um discurso teórico, sem embasamento na realidade sensível, e em oposição aos mitos gregos.
b) Retomou os temas da mitologia grega, mas de forma racional, formulando hipóteses lógico-argumentativas.
c) Reafirmou a aspiração ateísta dos gregos, vetando qualquer prova da existência de alguma força divina.
d) Desprezou os conhecimentos produzidos por outros povos, graças à supremacia cultural dos gregos.
e) Estabeleceu-se como um discurso acrítico e teve suas teses endossadas pela força da tradição.

3- (UEL- 2003) “Zeus ocupa o trono do universo. Agora o mundo está ordenado. Os deuses disputaram entre si, alguns triunfaram. Tudo o que havia de ruim no céu etéreo foi expulso, ou para a prisão do Tártaro ou para a Terra, entre os mortais. E os homens, o que acontece com eles? Quem são eles?” (VERNANT, Jean-Pierre. O universo, os deuses, os homens. Trad. de Rosa Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2000. p. 56.)
O texto acima é parte de uma narrativa mítica. Considerando que o mito pode ser uma forma de conhecimento, assinale a alternativa correta.
a) A verdade do mito obedece a critérios empíricos e científicos de comprovação.
b) O conhecimento mítico segue um rigoroso procedimento lógico-analítico para estabelecer suas verdades.
c) As explicações míticas constroem-se, de maneira argumentativa e autocrítica.
d) O mito busca explicações definitivas acerca do homem e do mundo, e sua verdade independe de provas.
e) A verdade do mito obedece a regras universais do pensamento racional, tais como a lei de não-contradição.

4- As lendas sempre foram alicerces para os povos antigos. Os gregos, por exemplo, tributavam suas origens aos heróis que protagonizam a poesia de Homero, e os romanos, aos irmãos Rômulo e Remo, filhos do deus Marte, eternizados no relato do historiador Tito Livio.
Essas explicações lendárias:
a) Alteram ou reinventaram fatos históricos, justificando alguma condição ou ação posterior dos homens. 
b) Sempre se basearam em acontecimentos reais, com o único propósito de explicar o passado. 
c) Confirmaram que as civilizações, em sua origem, não possuem vínculos com seu passado lendário, denominado idade das trevas.
d) Afirmam uma reação inconsciente de todos os povos, que tem por fundamento o ideal religioso, desligado de qualquer interesse político.
e) São apenas formas artísticas ou literárias independentes dos interesses políticos, por serem estéticas.

5- Segundo Marilena Chauí, “a filosofia surge quando alguns gregos, admirados e espantados com a realidade, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas”. (Convite a Filosofia. 4. ed., Atica, 1995, p. 23).
É legado da Filosofia grega para o Ocidente europeu:
a) A aspiração ao conhecimento verdadeiro, `a felicidade e `a justiça, indicando que a humanidade não age caoticamente.
b) A preocupação com a continuidade entre a vida e a morte, através da pratica de embalsamamento e outros cuidados funerários.
c) A criação da dialética, fundamentada na luta de classes, como forma de explicação sociológica da realidade humana.
d) O nascimento das ciências humanas, implicando em conhecimentos autônomos e compartimentados.
e) A produção de uma concepção de historia linear, que tratava dos fins últimos do homem e da realização de um projeto divino.

6- (UEL – 2004) “Entre os ‘físicos’ da Jônia, o caráter positivo invadiu de chofre a totalidade do ser. Nada existe que não seja natureza, physis. Os homens, a divindade, o mundo formam um universo unificado, homogêneo, todo ele no mesmo plano: são as partes ou os aspectos de uma só e mesma physis que põem em jogo, por toda parte, as mesmas forças, manifestam a mesma potência de vida. As vias pelas quais essa physis nasceu, diversificou-se e organizou-se são perfeitamente acessíveis à inteligência humana: a natureza não operou ‘no começo’ de maneira diferente de como o faz ainda, cada dia, quando o fogo seca uma vestimenta molhada ou quando, num crivo agitado pela mão, as partes mais grossas se isolam e se reúnem.” (VERNANT, Jean-Pierre. As origens do pensamento grego. Trad. de Ísis Borges B. da Fonseca. 12.ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002. p.110.)
Com base no texto, assinale a alternativa correta.
a) Para explicar o que acontece no presente é preciso compreender como a natureza agia “no começo”, ou seja, no momento original.
b) A explicação para os fenômenos naturais pressupõe a aceitação de elementos sobrenaturais.
c) O nascimento, a diversidade e a organização dos seres naturais têm uma explicação natural e esta pode ser compreendida racionalmente.
d) A razão é capaz de compreender parte dos fenômenos naturais, mas a explicação da totalidade dos mesmos está além da capacidade humana.
e) A diversidade de fenômenos naturais pressupõe uma multiplicidade de explicações e nem todas estas explicações podem ser racionalmente compreendidas.

7- (UEL – 2004) “Mais que saber identificar a natureza das contribuições substantivas dos primeiros filósofos é fundamental perceber a guinada de atitude que representam. A proliferação de óticas que deixam de ser endossadas acriticamente, por força da tradição ou da ‘imposição religiosa’, é o que mais merece ser destacado entre as propriedades que definem a filosoficidade.” (OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Présocráticos: a invenção da filosofiaCampinas: Papirus, 2000. p. 24.)
Assinale a alternativa que apresenta a “guinada de atitude” que o texto afirma ter sido promovida pelos primeiros filósofos.
a) A aceitação acrítica das explicações tradicionais relativas aos acontecimentos naturais.
b) A discussão crítica das idéias e posições, que podem ser modificadas ou reformuladas.
c) A busca por uma verdade única e inquestionável, que pudesse substituir a verdade imposta pela religião.
d) A confiança na tradição e na “imposição religiosa” como fundamentos para o conhecimento.
e) A desconfiança na capacidade da razão em virtude da “proliferação de óticas” conflitantes entre si.

8- (UEL – 2005) Sobre a passagem do mito à filosofia, na Grécia Antiga, considere as afirmativas a seguir.
I. Os poemas homéricos, em razão de muitos de seus componentes, já contêm características essenciais da compreensão de mundo grega que, posteriormente, se revelaram importantes para o surgimento da filosofia.
II. O naturalismo, que se manifesta nas origens da filosofia, já se evidencia na própria religiosidade grega, na medida em que nem homens nem deuses são compreendidos como perfeitos.
III. A humanização dos deuses na religião grega, que os entende movidos por sentimentos similares aos dos homens, contribuiu para o processo de racionalização da cultura grega, auxiliando o desenvolvimento do pensamento filosófico ecientífico.
IV. O mito foi superado, cedendo lugar ao pensamento filosófico, devido à assimilação que os gregos fizeram da sabedoria dos povos orientais, sabedoria esta desvinculada dequalquer base religiosa.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e II.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, III e IV.








9- (UEL – 2006) Os poemas de Homero serviram de alimento espiritualaos gregos, contribuindo de forma essencial para aquilo que mais tarde se desenvolveria como filosofia. Em seus poemas, a harmonia, a proporção, o limite e a medida, assim como a presença de questionamentos acerca das causas, dos princípios e do porquê das coisas se faziam presentes, revelando depois uma constante na elaboração dos princípios metafísicos da filosofia grega. (Adaptado de: REALE, Giovanni.História da Filosofia Antiga. v. I. Trad. Henrique C. Lima Vaz e Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 1994. p. 19. )
Com base no texto e nos conhecimentos acerca das características que marcaram o nascimento da filosofia na Grécia, considere as afirmativas a seguir.
I. A política, enquanto forma de disputa oratória,contribuiu para formar um grupo de iguais, oscidadãos, que buscavam a verdade pela força daargumentação.
II. O palácio real, que centralizava os poderes militar e religioso, foi substituído pela Ágora, espaço público onde os problemas da pólis eram debatidos.
III. A palavra, utilizada na prática religiosa e nosditos do rei, perdeu a função ritualista de fórmula justa, passando a ser veículo do debate e da discussão.
IV. A expressão filosófica é tributária do caráterpragmático dos gregos, que substituíram acontemplação desinteressada dos mitos pela técnica utilitária do pensar racional.
Estão corretas apenas as afirmativas:
a) I e III.
b) II e IV.
c) III e IV.
d) I, II e III.
e) I, II e IV.

10- (UEL – 2007) “Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último – da origem e essência das coisas – as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.” Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre arelação entre mito e filosofia na Grécia, é corretoafirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia.
b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens.
c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual.
d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.

11- (UEL – 2007) “A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: ‘Tudo é um’. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”. Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir.
I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam.
II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição ‘Tudo é um’.
III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales.
IV. O Pensamento de Tales gira em torno doproblema fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativascorretas é:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) I, II e IV
e) II, III e IV

12- (UEM – Inverno 2008) “Os antigos, ou melhor, os antiqüíssimos, (teólogos), transmitiram por tradição a nós outros seus descendentes, na forma do mito, que os astros são Deuses e que o divino abrange toda a natureza ... Costuma-se dizer que os Deuses têm forma humana, ou se transformam em semelhantes a outros seres viventes ... Porém, pondo-se de lado tudo o mais, e conservando-se o essencial, isto é, seacreditou que as substâncias primeiras eram Deuses, poderia pensar-se que isto foi dito por inspiração divina ...” (Aristóteles, Metafísica, XII, 8, 1074b, apud Mondolfo, O pensamento antigo, I, São Paulo: Mestre Jou, 1964, p.13).
Com base nesse excerto e no seu conhecimento sobre a questão da origem da filosofia, assinale o que for correto.
01) Antes de fazerem filosofia, os gregos já indagavam sobre a origem e a formação do universo; e as respostas a esse problema eram oferecidas sob a forma de mito, isto é, por meio de uma narrativa alegórica que descreve a origem ou a condição de alguma coisa, reportando a um passado imemorial.
02) Na Teogonia, Hesíodo descreve a gênese do mundo coincidindo com o nascimento dos deuses; as forças e os domínios cósmicos não surgem como pura natureza, mas sim como divindades: Gaia é a Terra, Urano é o Céu, Cronos é o Tempo, aparecendo ora por segregação, ora pela intervenção de Eros, princípio que aproxima os opostos.
04) Os primeiros filósofos gregos buscaram descobrir o princípio (arché) originário de todas as coisas, o elemento ou a substância constitutiva do universo; elaborando uma cosmologia, não se contentavam com doutrinas divinamente inspiradas, mas tentavam compreender racionalmente o cosmo.
08) Os gregos foram pouco originais no exercício do pensamento crítico racional; apropriaram-se das conquistas científicas e do patrimônio cultural de civilizações orientais com mínimas alterações.
16) É tese hoje bastante aceita que o nascimento da filosofia na Grécia não foi um “milagre” realizado por um povo privilegiado, mas a culminação de um processo lento, tributário de um passado mítico, e influenciado por transformações políticas, econômicas e sociais.

13- (UEM – Inverno 2008) O Período Helenístico inicia-se com a conquista macedônica das cidades-Estado gregas. As correntes filosóficas desse período surgem como tentativas de remediar os sofrimentos da condição humana individual: o epicurismo ensinando que o prazer é o sentido da vida; o estoicismo instruindo a suportar com a mesma firmeza de caráter os acontecimentos bons ou maus; o ceticismo de Pirro orientando a suspender os julgamentos sobre os fenômenos.
Sobre essas correntes filosóficas, assinale o que forcorreto.
01) Os estóicos, acreditando na idéia de um cosmo harmonioso governado por uma razão universal, afirmaram que virtuoso e feliz é o homem que vive de acordo com a natureza e a razão.
02) Conforme a moral estóica, nossos juízos e paixões dependem de nós, e a importância das coisas provém da opinião que delas temos.
04) Para o epicurismo, a felicidade é o prazer, mas o verdadeiro prazer é aquele proporcionado pela ausência de sofrimentos do corpo e de perturbações da alma.
08) Para Epicuro, não se deve temer a morte, porque nada é para nós enquanto vivemos e, quando ela nos sobrevém, somos nós que deixamos de ser.
16) O ceticismo de Pirro sustentou que, porque todas as opiniões são igualmente válidas e nossas sensações não são verdadeiras nem falsas, nada se deve afirmar com certeza absoluta, e da suspensão do juízo advém a paz e a tranqüilidade da alma.

14- (UEM – Inverno 2008) A tragédia grega teve seu auge entre os séculos VI e IV a.C. É a expressão de profundas mudanças ocorridas na ordem sociopolítica e cultural dessa época. A mitologia já não é a única forma de representação do mundo, mas rivaliza com a concepção filosófica fundamentada na razão (lógos), e as leis de origem divina confrontam-se com as leis escritas. A tragédia expressa os conflitos e os impasses em que se encontram não apenas a pólis, mas também a alma(psyché) do homem grego.
Assinale o que for correto.
01) A tragédia grega criticava o povo, era uma arte elitista à qual só a aristocracia podia assistir.
02) Ésquilo, ao escrever Prometeu Acorrentado, defende que todos os homens, inclusive os escravos, fossem libertados da obrigatoriedade do trabalho, de forma que pudessem gozar a vida no benefício do ócio e do prazer.
04) Aristóteles, na Poética, afirma que a tragédia nasceu de formas líricas como o ditirambo, isto é, um canto coral em louvor a Dionísio, o deus do vinho.
08) Sófocles escreveu uma tragédia intitulada Édipo Rei, que trata do patricídio e da prática do incesto, essa tragédia é utilizada por Sigmund Freud para elaborar a teoria do complexo de Édipo na psicanálise.
16) É uma das características da tragédia grega representar a vontade e as ações humanas tentando, em vão, escapar ao destino que impera sobre a vida do homem.

15- (UEM – Inverno 2008) Sócrates representa um marco importante da história da filosofia; enquanto a filosofia pré-socrática se preocupava com o conhecimento da natureza(physis), Sócrates procura o conhecimento indagando o homem.
Assinale o que for correto.
01) Sócrates, para não ser condenado à morte, negou, diante dos seus juízes, os princípios éticos da sua filosofia.
02) Discípulo de Sócrates, Platão utilizou, como protagonista da maior parte de seus diálogos, o seu mestre.
04) O método socrático compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia.
08) Tal como os sofistas, Sócrates costumava cobrar dinheiro pelos seus ensinamentos.
16) Sócrates, ao afirmar que só sabia que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento e apontar um novo caminho para a sabedoria.

16- (UEM – Inverno 2008) Aristóteles considera que só o homem é um animal político, porque somente ele é dotado de linguagem na forma de palavra (lógos) e com ela pode exprimir o bem e o mal, o justo e o injusto. O fato de os homens poderem estabelecer em comum esses valores é o que torna possível a vida social e política.
Assinale o que for correto.
01) A retórica é a arte da eloqüência, de bem falar e argumentar. Foi utilizada na Antiguidade Clássica como um dos principais recursos da política.
02) Os sofistas desenvolveram e ensinaram a retórica como instrumentalização da linguagem cujo objetivo era torná-la uma estratégia para vencer adversários nos embates políticos.
04) Para os gregos antigos, a palavra mito (mythos) significa narrativa, é a palavra que narra a origem dos deuses, do mundo, dos homens, da comunidade humana e da vida do grupo social.
08) A linguagem para os gregos antigos tem duas formas de expressão: o mythos e o lógos. O mythos desenvolve a palavra mágica e encantatória; o lógos, a linguagem como poder de conhecimento racional.
16) A obra filosófica de Platão é isenta de qualquer mito, é o que permite caracterizá-la como sendo
absolutamente racionalista.

17- (UEM – Verão 2008) Os filósofos pré-socráticos tentaram explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares, os quais seriam a verdadeira natureza ou ser de todas as coisas. Assinale o que for correto.
01) Tales de Mileto, o primeiro filósofo segundo Aristóteles, teria afirmado “tudo é água”, indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade.
02) Heráclito de Éfeso interessou-se pelo dinamismo do universo. Afirmou que nada permanece o mesmo, tudo muda; que a mudança é a passagem de um contrário ao outro e que a luta e a harmonia dos contrários são o que gera e mantém todas as coisas.
04) Parmênides de Eléia afirmou que o ser não muda. Deduziu a imobilidade e a unidade do ser do princípio de que “o ser é” e “o não-ser não é”, elaborando uma primeira formulação dos princípios lógicos da identidade e da não-contradição.
08) As teorias dos filósofos pré-socráticos foram pouco significativas para o desenvolvimento da filosofia e da ciência, uma vez que os pré-socráticos sofreram influência do pensamento mítico, e de suas obras apenas restaram fragmentos e comentários de autores posteriores.
16) Para Demócrito de Abdera, todo o cosmo se constitui de átomos, isto é, partículas indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, formam todas as coisas; geração e corrupção consistiriam, respectivamente, na agregação e na desagregação dos átomos.

18- (UEM – Verão 2008) “Sócrates: Imaginemos que existam pessoas morando numa caverna. Pela entrada dessa caverna entra a luz vinda de uma fogueira situada sobre uma pequena elevação que existe na frente dela. Os seus habitantes estão lá dentro desde a infância, algemados por correntes nas pernas e no pescoço, de modo que não conseguem mover-se nem olhar para trás, e só podem ver o que ocorre à sua frente. (...) Naquela situação, você acha que os habitantes da caverna, a respeito de si mesmos e dos outros, consigam ver outra coisa além das sombras que o fogo projeta na parede ao fundo da caverna?”. (PLATÃO. A República [adaptação de Marcelo Perine]. São Paulo: Editora Scipione, 2002. p. 83).
Em relação ao célebre mito da caverna e às doutrinas que ele representa, assinale o que for correto.
01) No mito da caverna, Platão pretende descrever os primórdios da existência humana, relatando como eram a vida e a organização social dos homens no princípio de seu processo evolutivo, quando habitavam em cavernas.
02) O mito da caverna faz referência ao contraste ser eparecer, isto é, realidade e aparência, que marca o pensamento filosófico desde sua origem e que é assumido por Platão em sua famosa teoria das Idéias.
04) O mito da caverna simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é capaz de promover, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos.
08) É uma característica essencial da filosofia de Platão a distinção entre mundo inteligível e mundo sensível; o primeiro ocupado pelas Idéias perfeitas, o segundo pelos objetos físicos, que participam daquelas Idéias ou são suas cópias imperfeitas.
16) No mito da caverna, o prisioneiro que se liberta e contempla a realidade fora da caverna, devendo voltar à caverna para libertar seus companheiros, representa o filósofo que, na concepção platônica, conhecedor do Bem e da Verdade, é o mais apto a governar a cidade.

19- (UEM – Verão 2008) O homem tem necessidade de conhecer e de explorar o meio em que vive. O senso comum, o bom senso, a arte, a religião, a filosofia e a ciência são formas de saber que auxiliam o homem a entender o mundo e a orientar suas ações.
Assinale o que for correto.
01) O senso comum é o conhecimento adquirido por exigências da vida cotidiana; fornece condições para o agir, todavia é um conjunto de concepções fragmentadas, recebidas sem crítica e, muitas vezes, incoerentes, tornando-se, assim, fonte de preconceitos.
02) O bom senso, ao contrário do senso comum, apresenta-se como uma elaboração refletida e coerente do saber; em vez da aceitação cega de determinações alheias, pelo bom senso o sujeito livre e crítico questiona os valores estabelecidos e decide pelo que se revela mais sensato ou plausível.
04) A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos em proposições gerais e objetivas sobre a realidade empírica; é um conhecimento construído por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente conduzido, baseado na experiência, permitindo explicar, prever e atuar sobre os fenômenos.
08) Religião e filosofia são duas formas antagônicas de interpretação da realidade; a filosofia, unicamente com o raciocínio lógico-formal, busca entender apenas o mundo natural e o humano; a religião ocupa-se apenas da razão.
16) O conhecimento filosófico caracteriza-se como um saber elucidativo, crítico e especulativo; como elucidativo, visa a esclarecer e a delimitar conceitos e problemas; como crítico, nada aceita sem exame prévio e reflexão; como especulativo, assume a atitude teórica e globalizadora, que envolve os problemas em uma visão total.

20- (UEM – Verão 2008)Os gregos da Antiguidade Clássica tiveram consciência dos limites da experiência na obtenção do conhecimento humano. O desenvolvimento da matemática deve-se à necessidade de suprir esses limites, desde então a matemática é incorporada como parte importante de muitas correntes filosóficas.
Assinale o que for correto.
01) A matemática pré-helênica não chegou a desenvolver conceitos como “proporção”, “demonstração”, “definição”, “postulado”, “axioma”. Todos esses termos aparecem na obra de Euclides.
02) Na Grécia clássica, a noção de número tem um sentido bem diferente da noção de número na matemática moderna. A noção de número para os gregos da Antiguidade indica aquilo que é capaz de ter partes; para eles, “dois” é a soma de duas unidades, ou duas quantidades “discretas”, três é o triplo da unidade, etc.
04) O intercâmbio cultural que Aristóteles manteve com a civilização persa resultou na incorporação da álgebra na matemática praticada pelos filósofos gregos, particularmente pelos pitagóricos.
08) O nível de formalização de problemas matemáticos que encontramos nos Elementos de Euclides recebeu importante subsídio das discussões filosóficas da Grécia clássica, principalmente com Platão e os matemáticos que faziam parte da Academia.
16) Para Platão, a primeira etapa do conhecimento inteligível é representada pela dianóia, isto é, o conhecimento discursivo e mediatizador, que estabelece ligações racionais: é o conhecimento típico das matemáticas.

Gabarito:

1-D 2-B 3-D 4-A 5-A 6-C 7-B 8-D 9-D 10-C 11-A

12- Resposta: 23
Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-16

13- Resposta: 31
Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-08-16

14- Resposta: 28
Alternativa (s) correta (s): 04-08-16

15- Resposta: 22
Alternativa (s) correta (s): 02-04-16

16- Resposta: 15
Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-08

17- Resposta: 23
Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-16

18- Resposta: 30
Alternativa (s) correta (s): 02-04-08-16

19- Resposta: 23
Alternativa (s) correta (s): 01-02-04-16

20- Resposta: 27
Alternativa (s) correta (s): 01-02-08-16


SIMULADO FILOSOFIA MODERNA

LISTA DE EXERCÍCIOS

(UEL/2005) – Em sua obra Nova Atlântida, Francis Bacon descreve uma instituição imaginária chamada “Casa de Salomão”, cuja finalidade “[...] é o conhecimento das causas e dos segredos dos movimentos das coisas e a ampliação dos limites do império humano para a realização de todas as coisas que forem possíveis”. (BACON. F. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 245)
Sobre a concepção de ciência em Francis Bacon, é CORRETO afirmar:

(01) A ciência justifica-se pela necessidade de proporcionar ao homem um conhecimento seguro sobre a natureza.
(02) O objetivo da ciência é fornecer, a quem a controla, um instrumento de domínio social sobre os outros homens.
(04) Para a ciência, o enfrentamento das questões econômicas e sociais tem maior importância do que o conhecimento da natureza, porque proporciona uma vida boa para os indivíduos.
(08) A origem da ciência não pode estar fundada em pressupostos a priori, mas sim na necessidade de recorrer sempre ao saber prático e empírico.
(16) A ciência visa ao conhecimento da natureza com a intenção de controle e domínio sobre ela para que o homem possa ter uma vida melhor.

QUESTÃO – (UEL/2005) – “Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade eu penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que poderia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava.” (DESCARTES, R. Meditações. Trad. De J. Guisnburg & Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 92. Coleção Os Pensadores.).
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema, ASSINALE a alternativa CORRETA.

(01) Para Descartes, não podemos conhecer nada com certeza, pois tudo quanto pensamos está sujeito à falsidade.
(02) O “eu penso, logo existo” expressa uma verdade instável e incerta, o que fez Descartes ser vencido pelos céticos.
(04) A expressão “eu penso, logo existo” representa a verdade firme e certa com a qual Descartes fundamenta o conhecimento e a ciência.
(08) As “extravagantes suposições dos céticos” não impediram Descartes de encontrar uma verdade que servisse como princípio para a filosofia.
(16) No momento inicial de sua dúvida metódica, Descartes, ao acreditar que tudo era falso, colocava em dúvida sua própria existência.

QUESTÃO  – “A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o Universo). Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas. Sem estes meios, é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.” (GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - p.133.)

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa CORRETA.
(A) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
(B) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
(C) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
(D) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
(E) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.


QUESTÃO  – Na Crítica da Razão Pura Kant adverti o seu leitor de que Copérnico obteve excelentes resultados no campo da astronomia por conta da revolução que promoveu, ele, filósofo, teria revolucionado o campo de investigação filosófica ao propor que não são os objetos que determinam o conhecimento no homem, mas sim o homem determina o conhecimento sobre a existência dos objetos.

Considerando as informações acima, e seus conhecimentos, podemos dizer que a “revolução copernicana” que Kant realizou no âmbito da filosofia É:
(A) uma revolução filosófica que afirmou a distinção entre fenômeno e coisa em si, qualificando esta última como incognoscível.
(B) uma revolução astronômica que pretendeu mudar o curso da Filosofia Moderna, propondo uma reavaliação da física newtoniana.
(C) uma revolução filosófica que estabeleceu que o conhecimento da coisa em si só pode ser atingido caso haja um cuidadoso estudo dos fenômenos.
(D) uma revolução filosófica e científica segundo a qual o espectador não pode permanecer fixo em sua posição, aprendendo apenas os fenômenos, mas deve considerar que ele mesmo encontra-se em movimento para poder perceber as coisas em si mesmas, ou a coisa em si.
(E) Uma revolução no pensamento que aceita a razão como único meio de atingir o conhecimento seguro da realidade.

QUESTÃO  – Considere o texto a seguir:

A filosofia de Kant procurou demonstrar a impossibilidade de conhecer qualquer coisa em si: a “coisa em si”, enquanto tal, não seria acessível às faculdades do juízo, o que resultaria na negação da metafísica enquanto ciência.
Na Crítica da Razão Pura, obra publicada em 1781, Kant procurou analisar as faculdades de conhecer. A Crítica pode ser dividida em duas grandes partes: A primeira é chamada de “doutrina transcendental dos elementos”, cuja preocupação é demonstrar como é possível conhecer; A segunda é a “dialética transcendental”, onde se critica as formas de conhecer que escapam dos limites da primeira parte. Para Kant, há duas formas de conhecimento: (I) o empírico ou a posteriore; (II) e o puro ou a priori.


A – Considerando o texto acima, e seus conhecimentos sobre o tema, EXPLIQUE, com suas palavras, o que são juízos sintéticos a priori para Kant. Dê um exemplo desse tipo de juízo.

B – Ainda sobre o mesmo tema, EXPLIQUE o que são juízos sintéticos a posteriori citando um exemplo desse tipo de juízo:
 LISTA DE EXERCÍCIOS

(UEL/2005) – Em sua obra Nova Atlântida, Francis Bacon descreve uma instituição imaginária chamada “Casa de Salomão”, cuja finalidade “[...] é o conhecimento das causas e dos segredos dos movimentos das coisas e a ampliação dos limites do império humano para a realização de todas as coisas que forem possíveis”. (BACON. F. Nova Atlântida. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 245)
Sobre a concepção de ciência em Francis Bacon, é CORRETO afirmar:

(01) A ciência justifica-se pela necessidade de proporcionar ao homem um conhecimento seguro sobre a natureza.
(02) O objetivo da ciência é fornecer, a quem a controla, um instrumento de domínio social sobre os outros homens.
(04) Para a ciência, o enfrentamento das questões econômicas e sociais tem maior importância do que o conhecimento da natureza, porque proporciona uma vida boa para os indivíduos.
(08) A origem da ciência não pode estar fundada em pressupostos a priori, mas sim na necessidade de recorrer sempre ao saber prático e empírico.
(16) A ciência visa ao conhecimento da natureza com a intenção de controle e domínio sobre ela para que o homem possa ter uma vida melhor.

QUESTÃO – (UEL/2005) – “Mas logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria assim pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade eu penso, logo existo era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar, julguei que poderia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava.” (DESCARTES, R. Meditações. Trad. De J. Guisnburg & Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 92. Coleção Os Pensadores.).
De acordo com o texto e com os conhecimentos sobre o tema, ASSINALE a alternativa CORRETA.

(01) Para Descartes, não podemos conhecer nada com certeza, pois tudo quanto pensamos está sujeito à falsidade.
(02) O “eu penso, logo existo” expressa uma verdade instável e incerta, o que fez Descartes ser vencido pelos céticos.
(04) A expressão “eu penso, logo existo” representa a verdade firme e certa com a qual Descartes fundamenta o conhecimento e a ciência.
(08) As “extravagantes suposições dos céticos” não impediram Descartes de encontrar uma verdade que servisse como princípio para a filosofia.
(16) No momento inicial de sua dúvida metódica, Descartes, ao acreditar que tudo era falso, colocava em dúvida sua própria existência.

QUESTÃO  – “A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o Universo). Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas. Sem estes meios, é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto.” (GALILEU. Apud. COTRIM. Fundamentos da filosofia: história e grandes temas. 16ª Ed., São Paulo: Saraiva, 2006 - p.133.)

De acordo com o texto acima, e com seus conhecimentos sobre a ciência da natureza em Galileu, assinale a alternativa CORRETA.
(A) De acordo com os princípios de sua ciência, Galileu depositava grande crédito no método indutivo, pois este possuiria melhor alcance nos resultados da investigação da natureza.
(B) O passo decisivo da física galileana concentrava-se na realização de experimentos para comprovar uma tese, sem a necessidade de recorrer às elaborações do raciocínio matemático.
(C) Quanto ao “movimento”, Galileu seguiu as teorias de Aristóteles que distinguia o movimento qualitativo do movimento quantitativo, para considerar toda mudança apenas do ponto de vista qualitativo (corpos pesados ou leves).
(D) Um dos aspectos centrais da ciência da natureza em Galileu está na realização de experimentos com o auxílio indispensável da matemática, pois, para ele, a matemática é o meio instrumental capaz de enunciar e traduzir as regularidades observadas nos fenômenos naturais.
(E) O que dá validade científica aos processos intelectuais de Galileu é que os resultados de suas pesquisas jamais precisariam ser submetidos à comprovação empírica, bastando, apenas, se localizarem no campo da abstração.


QUESTÃO  – Na Crítica da Razão Pura Kant adverti o seu leitor de que Copérnico obteve excelentes resultados no campo da astronomia por conta da revolução que promoveu, ele, filósofo, teria revolucionado o campo de investigação filosófica ao propor que não são os objetos que determinam o conhecimento no homem, mas sim o homem determina o conhecimento sobre a existência dos objetos.

Considerando as informações acima, e seus conhecimentos, podemos dizer que a “revolução copernicana” que Kant realizou no âmbito da filosofia É:
(A) uma revolução filosófica que afirmou a distinção entre fenômeno e coisa em si, qualificando esta última como incognoscível.
(B) uma revolução astronômica que pretendeu mudar o curso da Filosofia Moderna, propondo uma reavaliação da física newtoniana.
(C) uma revolução filosófica que estabeleceu que o conhecimento da coisa em si só pode ser atingido caso haja um cuidadoso estudo dos fenômenos.
(D) uma revolução filosófica e científica segundo a qual o espectador não pode permanecer fixo em sua posição, aprendendo apenas os fenômenos, mas deve considerar que ele mesmo encontra-se em movimento para poder perceber as coisas em si mesmas, ou a coisa em si.
(E) Uma revolução no pensamento que aceita a razão como único meio de atingir o conhecimento seguro da realidade.

QUESTÃO  – Considere o texto a seguir:

A filosofia de Kant procurou demonstrar a impossibilidade de conhecer qualquer coisa em si: a “coisa em si”, enquanto tal, não seria acessível às faculdades do juízo, o que resultaria na negação da metafísica enquanto ciência.
Na Crítica da Razão Pura, obra publicada em 1781, Kant procurou analisar as faculdades de conhecer. A Crítica pode ser dividida em duas grandes partes: A primeira é chamada de “doutrina transcendental dos elementos”, cuja preocupação é demonstrar como é possível conhecer; A segunda é a “dialética transcendental”, onde se critica as formas de conhecer que escapam dos limites da primeira parte. Para Kant, há duas formas de conhecimento: (I) o empírico ou a posteriore; (II) e o puro ou a priori.


A – Considerando o texto acima, e seus conhecimentos sobre o tema, EXPLIQUE, com suas palavras, o que são juízos sintéticos a priori para Kant. Dê um exemplo desse tipo de juízo.

B – Ainda sobre o mesmo tema, EXPLIQUE o que são juízos sintéticos a posteriori citando um exemplo desse tipo de juízo:




Exercicio De Filosofia


01-   Um dos principais fatores para o surgimento da filosofia, pois a filosofia contrapõe-se através da:
{A} Elaboração de um discurso racional que buscava uma aplicação compreensível da realidade.
{B} Elaboração de um discurso baseado em historias fantasiosas o conhecimento tradicional repassado através da cultura oral.

02-   Compreende-se por lógos:
{A} Literalmente significa razão e esta é desenvolvida num discurso racional;
{B} Significa modo de contar uma história, geralmente realizada pelos mais velhos, considerados mais sábios.

03-Podemos definir mito por:
{A} Explicação da realidade através de fatos científicos e comparáveis por experiência laboratoriais:
{B} Explicação da realidade através de historias fantasiosas e exageradas sobre entidades sobrenaturais e opostas que leva ao surgimento de alguma coisa.

04-A palavra filosofia e formada por outras duas palavras gregas: Phylos e Sophia que significam necessariamente:
{A} Amigos da sabedoria;
{B} Possuidor da sabedoria.

05-Os primeiros pensadores a buscar o conhecimento filosófico são os pré-socratas. Assinale a alternativa que possui características destes pensadores:
{A} Pensadores que viajavam ensinando técnica de retórica e dialética.
{B} Pensadores que analisavam a formação da natureza e do universo, buscavam uma explicação racional do mundo deixando de lado a explicação mitológica.

06-A palavra sofista significa sábia, a respeito destes grupos de pensadores, assinale o item correto:
{A} Acreditavam na defesa de uma verdade como base do todo o conhecimento humano, não aceitavam pagamentos e buscavam apenas o conhecimento da natureza e do homem.
{B} Ensinavam técnicas de retórica e dialética e forma que o que vale mais é o discurso que e proferido, uma vez que a verdade não pode ser alcançada.

{07} Sócrates combateu diariamente os sofistas, pois buscavam em seus conhecimentos:
{A} A fundação de um conhecimento moral que buscava princípios éticos;
{B} A distinção entre dois mundos separados pelo intelecto, sendo eles o mune sensível e o mundo inteligível.

08-De acordo com Platão o mundo sensível é:
{A} A origem de todas as coisas que são captadas apenas pelo intelecto.
{B} As cópias aparentes da realidade, imperfeita e fugaz.

09-O período da filosofia denominada grego romana não e um período brilhante, como o dos pensadores anteriores, destacam-se neste momento algumas escolas, dentre elas o epicurismo e mais bem definido por:
{A} Escola que busca a via em equilíbrio com a razão e a natureza.
{B} Escola que prega a busca pelo prazer, mas não de qualquer tipo de prazer:

10-O papel da filosofia na idade media, com as correntes da patristica. E da escolástica era:
{A} Funcionar como ferramenta da teologia sem nunca contrapor suas idéias.
{B} Buscar a compreensão irrestrita do homem e do universo através da duvida e do método.

11-A ciência é desenvolvida a partir da modernidade, são características da ciência:
{A} O pensamento da cosmogonia e da tradição;
{B} Desenvolvimento e um saber racional e metodológico.

12-Teoria do conhecimento e definida por:
{A} Questionar as condições do conhecimento, sua verificabilidadde, sua possibilidade, suas fontes, sua validade.
{B} Capacidade que o homem possui de conhecer e desenvolver-se de modo cientifico.

13-A principal característica da corrente empirista é:
{A} Desenvolver o conhecimento através das impressões fornecidas pelos sentidos que coletam a primeira imagem o mundo;
{B} Desenvolver o conhecimento através apenas da razão, desprezando o sentido que deve ser enganado.

14-John Locke é um marco na historia a filosofia. Suas teorias marcaram parte das teorias de conhecimento e da filosofia política.De acordo com o autor, a teoria da tabula rasa, pode ser mais bem definida em:
{A} A espécie de métodos para conhecimento que utiliza a duvida metódica e quase radical.
{B} Espécie de “folha em branco” na qual o homem a partir da experiência vai acumulando o conhecimento.

15-A capacidade de conhecer do homem passa por dos processos básicos, em alguns momentos este utiliza a razão e em outros momentos utiliza os sentidos, a este processo denominamos:
{A} Empirismo;
{B} Criticismo.

16-A filosofia política e o campo da filosofia que analisa a possibilidade e as filosofias políticas, assim como o seu objetivo e seu alcance social. A máxima “os fins justificam os meios” e atribuída a Maquiavel e significa:
{A} Para todo fim há um meio plausível e necessário;
{B} A finalidade da ação justifica o meio que for utilizado para alcançá-lo.

17-De acordo com Thomas Hobbes o homem e naturalmente mal, a partir daí o homem faz um contrato social e esta forma ocorre na sociedade:
{A} U m acordo entre os homens e o soberano, aonde os homens abrem mãos da sua liberdade.
{B} Um acordo entre os homens para que todos tenham a possibilidade de possuir a propriedade e outros bens.

18-Corrente surgida há partir o século XX que tem por objetivo a afirmação dos ideais de liberdade, responsabilidade e arbítrio, prega a não existência de Deus e a responsabilidade do homem por seus atos. Essa corrente é:
{A} Fenomenologia
{B} Existencialismo.

19-E sta teoria define que o critério e verdade esta nos efeitos e conseqüências de uma idéia, em sua eficácia, em seu êxito, no que depende, portanto, da concretização dos resultados que espera obter. Esse fragmento reproduz a corrente filosófica:
{A} Pragmática;
{B} Utilitarista.

20-O termo ético e bastante difundido nos meios de comunicação atualmente, esta disciplina filosófica busca a compreensão das atitudes frente à moral. A ética teleológica significa:
{A} Aquele tipo de conduta que visa a um objetivo e não obedece a regras morais.

{B} Tipo de conduta que dependi do momento em que se encontra desta forma baseia-se nas circunstancias e não possui regras morais.





Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Secretaria de Ensino - Colégio Pedro II - Rio de Janeiro - 2009

PROVA PRELIMINAR - FILOSOFIA

Questão 1
Vernant conclui em As origens do pensamento grego que:
A) a jovem ciência dos jônios espelha a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo.
B) recolocada na história, prova-se que a filosofia reveste-se de um caráter de revelação absoluta.
C) é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se.
D) a escola de Mileto fez nascer a própria Razão, que foi aprimorada pela razão experimental.

Questão 2
Na geração do cosmo, a preponderância à terra, ao fogo, à água e ao ar costuma ser atribuída, respectivamente, aos seguintes pensadores pré-socráticos:
A) Parmênides, Heráclito, Tales e Pitágoras.
B) Xenófanes, Heráclito, Tales e Anaxímenes.
C) Pitágoras, Anaxágoras, Tales e Anaximandro.
D) Empédocles, Anaximandro, Tales e Parmênides.

Questão 3
"Para defender-nos, teremos de necessariamente discutir a tese de nosso pai Parmênides e demonstrar, pela força de nossos argumentos que, em certo sentido, o não ser é; e que, por sua vez, o ser, de certa forma, não é. (...) Enquanto não houvermos feito esta contestação, nem essa demonstração, não poderemos, de forma alguma, falar nem de discursos falsos nem de opiniões falsas" (Platão, Sofista, 241d-e).
I. O falso é possível porque
II. O não ser, em certo sentido, é.
As afirmações I e II dizem respeito ao trecho citado do Sofista de Platão. A alternativa correta é:
A) I é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I.
B) I é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I.
C) I é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I.
D) I é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II.

Questão 4
Na República, livro VII, apresenta-se a "alegoria da caverna", em que se diz que, quando o homem sai da caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem.
De acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento:
A) está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim que se encontra a verdade.
B) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria é apenas ilusória.
C) está vinculado a uma maneira de viver, e a educação oferece os meios para a alma voltar-se para o Bem.
D) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria mostra que o homem pode ser feliz.

Questão 5
"Tem presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos prejudiciais aos governantes e aos mais poderosos, quando os governantes, involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles - uma vez que declaras ser justo que os súditos executem o que prescreveram os governantes." (Platão, República, 339e)
Em meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a posição de Trasímaco.
As afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são:
A) Justiça é fazer o mal para os mais fracos; os que obedecem devem, às vezes, recusar-se a obedecer aos mais fortes.
B) Justiça é fingir que se faz o bem geral, visando ao proveito próprio; deve-se fazer os fracos pensarem que as decisões dos fortes os favorecem.
C) É justo obedecer àqueles que governam; os governantes são passíveis de cair em erro em suas decisões.
D) Justiça é aquilo que convém ao mais forte; os governantes nunca se enganam ao intentar tomar decisões que lhes favorecem.

Questão 6
Em O banquete (203b-204d; 210a-212d), de Platão, Sócrates apresenta os ensinamentos de Diotima sobre o amor e a beleza.
Sobre o modo como esses conceitos são compreendidos nesse trecho, pode-se afirmar que:
A) o amor aos belos corpos deve abrir o caminho à contemplação da beleza em si.
B) só os sábios desejam o que é belo, pois os ignorantes não reconhecem a beleza.
C) o amor pelos belos corpos é suficiente para a contemplação da beleza em si.
D) Eros, por ser belo, deve ser objeto de contemplação apenas dos filósofos.

Questão 7
Segundo Aristóteles (Metafísica, IV, 1, 1003a20-30), a ciência do ser enquanto ser e as demais ciências consideram, respectivamente:
A) o ser enquanto ser universalmente - os princípios constitutivos da realidade como um todo.
B) as características particulares do ser enquanto ser - as características universais do ser.
C) o ser enquanto ser universalmente - as características de uma parte do ser.
D) as características particulares do ser enquanto ser - as características de uma parte do ser.

Questão 8
Segundo Aristóteles, "nos tornamos justos praticando atos justos" (Ética a Nicômaco, II, 1103b).
A afirmação que melhor expressa seu pensamento está indicada em:
A) basta a compreensão do sumo bem para tornar possível a vida moral.
B) adquirimos as virtudes ou excelências morais por meio da prática habitual.
C) somos naturalmente injustos e só realizamos a justiça pela instrução.
D) é preciso agir contrariamente à natureza para nos tornarmos justos.

Questão 9
Aristóteles afirma que a linguagem permite ao homem expressar em comum as noções de desvantajoso e vantajoso, justo ou injusto.
Essa afirmação leva o autor a concluir que o homem:
A) possui naturalmente tais noções éticas e, portanto, pode associar-se em torno delas na família e no Estado (pólis).
B) não possui naturalmente tais noções éticas, mas pode chegar a um acordo sobre o modo de vivê-las na família e no Estado (pólis).
C) possui naturalmente tais noções éticas, mas não pode associar-se em nenhuma instância, seja na família ou no Estado (pólis).
D) não possui naturalmente tais noções éticas, mas a transferência de poder a um governante é o que possibilita a vida no Estado (pólis).

Questão 10
"Começando a lê-los [os livros da Sagrada Escritura] notei que tudo que havia de verdadeiro nos textos platônicos também se encontrava nesses textos em meio à proclamação de Vossa graça" (Agostinho, Confissões, VII, 21).
A afirmação acima endossa uma tese muito comum à investigação filosófica e teológica da Idade Média cristã, a saber:
A) Platão teve acesso aos escritos de Moisés e não fez nada além de ocultar a originalidade do profeta hebreu.
B) As verdades cristãs não são compatíveis com nenhuma espécie de conhecimento filosófico ou racional.
C) A Revelação é historicamente anterior à Filosofia, e esta última não pode contribuir em nada para esclarecer os conteúdos da fé.
D) A Revelação é mais ampla que a Filosofia por abarcar verdades que esta última não alcançaria por si só e ainda por conter verdades filosóficas.

Questão 11
I. Deus é o Criador do mundo.
II. A existência do mal no mundo não é responsabilidade de Deus.
Agostinho concilia essas duas teses da seguinte forma:
A) O mundo, por ser substância divina, é bom em si mesmo; apenas os homens experimentam as coisas como más de modo absoluto.
B) Deus cria o mundo através de dois princípios coeternos equivalentes em luta permanente, a saber: o Bem e o Mal, este último princípio explica a segunda tese.
C) Tudo que Deus cria é bom, inclusive a vontade do homem, que escolhe, livremente, trocar o Bem imutável pelos bens mutáveis, isto é, pecar.
D) Ontologicamente, apenas Deus é bom; a simples existência das coisas criadas, portanto, já permite justificar a possibilidade de algum mal no mundo.

Questão 12
"Existe algo verdadeiríssimo, ótimo, nobilíssimo e, por conseguinte, o ser máximo, pois todas as coisas que são verdadeiras ao máximo são os maiores seres (...). O que é máximo em algum gênero é causa de tudo o que é daquele gênero." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 2, a. 1)
"A perfeição do universo requer que haja coisas incorruptíveis assim como coisas corruptíveis, portanto, que haja coisas que possam deixar de ser boas, o que de fato por vezes ocorre." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 48, a. 2)
Essas citações são passos argumentativos que levam Tomás de Aquino a concluir, respectivamente, que:
A) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer perfeição; e o mal está presente nas coisas.
B) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer perfeição; e, portanto, o mal não pode estar presente nas coisas.
C) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas de um gênero supremo (ser); e não se pode concluir pela presença ou não do mal nas coisas.
D) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas dos gêneros relativos às perfeições; e o mal está presente nas coisas.

Questão 13
"O intelecto humano se põe no meio [entre os sentidos e o intelecto angélico]: não é ato de um órgão corporal, mas é uma potência da alma, que é forma do corpo, como ficou demonstrado. Por isso, é sua propriedade conhecer a forma que existe individualizada em uma matéria corporal, mas não essa forma enquanto está em tal matéria. Ora, conhecer dessa maneira, é abstrair a forma da matéria individual, que as representações imaginárias significam." (Tomás de Aquino. Suma teológica, I, q. 85, a. 1.)
I. O intelecto humano conhece por abstração porque
II. A alma, da qual esse intelecto é potência, é forma do corpo.
Considerando o trecho acima e as duas afirmações sobre a teoria da abstração em Tomás de Aquino:
A) I é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I.
B) I é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I.
C) I é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I.
D) I é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II.

Questão 14
Em suas Meditações metafísicas, Descartes tem em vista abandonar todas as opiniões que se mostram duvidosas e incertas que são tomadas como "princípios mal assegurados".
Com isso, Descartes tem por objetivo:
A) defender que são impossíveis verdades objetivas, apenas subjetivas.
B) rejeitar ceticamente qualquer fundamento para a ciência.
C) demonstrar que a matemática é o fundamento do conhecimento.
D) estabelecer algo de constante e de firme nas ciências.

Questão 15
Segundo Hobbes (Leviatã, XIV), "o direito consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas".
Além disso, o autor afirma como regra geral da razão "que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra".
A primeira e a segunda parte dessa regra geral da razão encerram, respectivamente:
A) a lei de natureza, por conter uma obrigação - o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade.
B) a lei de natureza, por ser preceito de liberdade - o direito de natureza, por conter uma obrigação.
C) o direito de natureza, por conter uma obrigação - a lei de natureza, por ser preceito de liberdade.
D) o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade - a lei de natureza, por conter uma obrigação.

Questão 16
Apenas os princípios da não contradição e da identidade nascem conosco.
Diante dessa tese, Locke:
A) concorda; sem esses princípios nenhuma percepção lógica da realidade é possível.
B) concorda; na idade adulta todos os homens alcançam essas máximas.
C) discorda; se assim fosse, crianças e idiotas também alcançariam esses princípios.
D) discorda; tais noções primitivas são recebidas na alma no momento de sua criação.

Questão 17
Para Rousseau, quando alguém ousou dizer "Isto é meu" e encontrou pessoas que lhe deram crédito, foi fundada a sociedade civil, a qual significa o afastamento da vida natural.
Sobre tal afastamento, considere as seguintes teses:
I. Os homens adquiriram uma ideia de propriedade distante do primeiro estado de natureza;
II. A bondade própria ao puro estado de natureza não convinha à sociedade civil nascente;
III. No estado de natureza os homens viviam livres e felizes;
IV. A igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu e o trabalho se tornou necessário.
De acordo com Rousseau, estão corretas:
A) apenas as teses I e II.
B) apenas as teses I e III.
C) apenas as teses I e IV.
D) as teses I, II, III e IV.

Questão 18
Em sua Investigação sobre o entendimento humano, Hume distingue as percepções da mente humana em dois tipos: de um lado, o pensamento (ou as ideias); de outro, as impressões (as sensações).
Sobre essas percepções, pode-se afirmar que o pensamento:
A) é menos vivaz do que a mais embotada das sensações.
B) atinge sempre a mesma vivacidade que as sensações.
C) é tão vivaz quanto as sensações, por ir além da experiência.
D) é mais vivaz que as sensações, por ser mais complexo.

Questão 19
Na "Quarta Proposição" da Idéia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita, Kant escreve:
"O meio de que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as suas disposições é o antagonismo delas na sociedade, na medida em que ele se torna ao fim a causa de uma ordem regulada por leis desta sociedade. Eu entendo aqui por antagonismo a insociável sociabilidade dos homens, ou seja, sua tendência a entrar em sociedade que está ligada a uma oposição geral que ameaça constantemente dissolver essa sociedade. Esta disposição é evidente na natureza humana."
Com base nesse texto, o antagonismo que leva ao desenvolvimento das disposições naturais dos homens ocorre entre:
A) a tendência individual para a socialização e a disposição para a vida natural.
B) diferentes sociedades em estado de guerra, e não entre indivíduos isolados.
C) diferentes classes sociais; cada época possui seu próprio conflito entre classes.
D) a tendência para a socialização e uma oposição geral dos indivíduos entre si.

Questão 20
Segundo Kant, na Crítica da razão pura, as formas originárias da sensibilidade, espaço e tempo, são:
A) conceitos a priori, mas não puros, pois pertencem à sensibilidade.
B) condições necessárias de todas as relações em que objetos são intuídos.
C) intuições a priori, mas não puras, pois constituem o objeto empírico.
D) conceitos puros a priori, que organizam os objetos empíricos.

Questão 21
Kant, na "Analítica do belo", na Crítica da faculdade de julgar, compreende o juízo de gosto como faculdade do julgamento do belo.
Sobre os conceitos "juízo de gosto" e "belo", pode-se afirmar, respectivamente, que:
A) é determinado independentemente de todo interesse - apraz universalmente sem conceito.
B) é determinado independentemente de todo interesse - apraz particularmente através de conceitos.
C) é constituído pelo interesse no que é agradável - apraz particularmente sem conceito.
D) é constituído pelo interesse no que é bom - apraz universalmente através de conceitos.

Questão 22
"O saber que é o nosso objeto em primeiro lugar e imediatamente, não pode ser senão aquele que é, ele próprio, saber imediato, saber do imediato ou do existente. Igualmente devemos nos comportar de modo imediato e receptivo e, portanto, não mudando nele coisa alguma com relação ao modo como se oferece e mantendo afastada da nossa apreensão a atividade de conceber." (Hegel. Fenomenologia do espírito.)
A passagem citada acima refere-se à:
A) pré-consciência, quando a consciência não iniciou sua formação.
B) certeza sensível, que desconsidera qualquer mediação.
C) percepção, pois ser receptivo e ser perceptivo são o mesmo.
D) consciência de si, pois o modo como ela se oferece não muda.

Questão 23
A alternativa que corresponde mais adequadamente ao materialismo de Marx é:
A) O ser não determina a consciência, isto é, a subjetividade humana determina a vida material.
B) A sensibilidade e o objeto devem ser apreendidos como atividade prática, humana e sensível.
C) O idealismo concebe a atividade de modo concreto, ao reconhecê-la como real e sensível.
D) As forças produtivas sociais equivalem ao sujeito, e as relações de produção equivalem ao objeto.

Questão 24
São constitutivos da fenomenologia de Husserl:
A) método da crítica do conhecimento, doutrina universal das essências, círculo hermenêutico.
B) pressuposição da realidade dada, suspensão do juízo da atitude natural, método indutivo.
C) doutrina particular das essências, suspensão do juízo da atitude natural, método experimental.
D) suspensão do juízo da atitude natural, intencionalidade, doutrina universal das essências.

Questão 25
Em "Que é metafísica?", Heidegger afirma que são características de toda questão metafísica e de sua formulação, respectivamente:
A) abarcar a totalidade da metafísica - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na questão.
B) abarcar a totalidade da metafísica - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão.
C) basear-se em pesquisas históricas - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na questão.
D) basear-se em pesquisas históricas - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão.

Questão 26
"Toda interpretação que se coloca no movimento de compreender já deve ter compreendido o que se quer interpretar" (Ser e tempo, § 32).
Nesse trecho, Heidegger caracteriza o conceito de:
A) disposição afetiva.
B) círculo hermenêutico.
C) circularidade lógica.
D) primado ontológico.

Questão 27
Em O existencialismo é um humanismo, Sartre cita Dostoievski: "Se Deus não existe, tudo é permitido".
A interpretação de Sartre sobre essa sentença está indicada de modo mais adequado em:
A) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; o homem, condenado à liberdade e lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz.
B) Ou a moral não tem um fundamento absoluto (Deus), ou não há moral possível; como essa fundamentação moral é necessária, Deus tem de, necessariamente, existir.
C) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; é necessário então afirmar o relativismo moral para toda e qualquer ação humana.
D) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; no entanto, é necessário considerar certos valores como existindo a priori.

Questão 28
"Muito embora o planejamento do mecanismo pelos organizadores dos dados, isto é, pela indústria cultural, seja imposto a esta pelo peso da sociedade que permanece irracional apesar de toda racionalização, essa tendência fatal é transformada em sua passagem pelas agências do capital de modo a aparecer como o sábio desígnio dessas agências. Para o consumidor, não há nada mais a classificar que não tenha sido antecipado no esquematismo da produção. A arte sem sonho destinada ao povo realiza aquele idealismo sonhador que ia longe demais para o idealismo crítico." (Dialética do esclarecimento, "A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas")
A partir do trecho acima e de acordo com a concepção de Adorno e Horkheimer sobre a indústria cultural, pode-se afirmar que:
A) a "arte sem sonho" destinada às grandes massas é mais realista, e por isso capaz de superar o idealismo crítico.
B) os artistas, individual e coletivamente, são capazes de estabelecer os fins da produção cultural de forma autônoma.
C) a indústria, ao realizar o esquematismo para os sujeitos-clientes, realiza a formação dos sujeitos autônomos.
D) a racionalidade técnica dominante na indústria não é suficiente para a criação de uma sociedade racional.

Questão 29
Em A lógica da pesquisa científica, Popper defende que as teorias científicas devem:
A) ser constituídas por enunciados universais passíveis de falseamento.
B) ser constituídas por inferência de enunciados universais a partir de singulares.
C) fundamentar os enunciados científicos pela verificação dos fatos.
D) fundamentar a explicação dos fatos pelo método indutivo.

Questão 30
Em A estrutura das revoluções científicas, Kuhn tem por objetivo:
A) estabelecer uma separação nítida entre ciência, religião e metafísica.
B) apresentar um modelo que justifique a ciência como concepção de mundo atemporal.
C) mostrar que a ciência se desenvolve apenas pela acumulação de descobertas.
D) esboçar um conceito de ciência diverso do estereótipo a-histórico que se atribui a ela.

Questão 31
Acerca da investigação sobre o poder realizada por Foucault em Vigiar e punir, é mais adequado afirmar que:
A) não se encontra ainda a elaboração de uma microfísica do poder, pois se trata de realizar a genealogia das grandes instituições penitenciárias.
B) poder e saber estão diretamente implicados: as relações de poder constituem sempre campos de saber; e saber sempre supõe e constitui relações de poder.
C) a constituição do sujeito livre e capaz de conhecimento é o requisito fundamental para a análise e compreensão dos mecanismos do poder.
D) a descoberta do poder disciplinar como inspirador do Panopticon é a realização que permite compreender o poder como apropriação.

Questão 32
"A única versão defensável da doutrina do caráter sagrado da vida humana era o que poderíamos chamar de "doutrina do caráter sagrado da vida pessoal". Sugeri que, se a vida humana tem mesmo um valor especial ou um direito especial a ser protegida, ela os tem na medida em que a maior parte dos seres humanos são pessoas." (Singer, Peter. Ética prática, capítulo 5).
Baseado nessa versão da "doutrina do caráter sagrado da vida humana", Peter Singer afirma que, se alguns animais são pessoas, então a vida desses animais:
A) deve ter o mesmo valor especial, ou o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas.
B) deve ter o mesmo valor especial, mas não o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas.
C) não tem nenhum valor especial, mas tem o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas.
D) não tem nenhum valor especial, nem o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas.

Questão 33
Alguns filósofos criticaram a metafísica e o pensamento filosófico tradicional.
Sobre essas críticas, pode-se afirmar que, segundo:
A) Kant, a metafísica não é possível como ciência porque o fenômeno só pode ser apreendido por uma intuição intelectual.
B) Nietzsche, as teorias metafísicas realizam uma integração completa entre valores absolutos que devem, ao contrário, ser opostos.
C) Heidegger, são dois os preconceitos que perpassam a pergunta pelo ser: o ser é o conceito mais universal e o ser é o imediato indeterminado.
D) Wittgenstein, nas Investigações filosóficas, a filosofia não pode fundamentar nem deduzir, mas apenas descrever o uso da linguagem.

Questão 34
Inteligência, entendimento, fé e suposição. Essa ordem indica, decrescentemente, "graus de clareza" quanto aos objetos de conhecimento para:
A) Platão, que relaciona tais graus de clareza ao que seus respectivos objetos têm de verdade.
B) Tomás de Aquino, pois sem inteligência e entendimento, fé é mera adesão ao testemunho de outro.
C) Descartes, que considera a clareza e a distinção como critérios para separar verdade e falsidade.
D) Kant, pois associa fé à opinião, e os objetos da inteligência e do entendimento à razão pura.

Questão 35
Na filosofia contemporânea, pode-se afirmar que a verdade, de acordo com:
A) Marx, é realizada na práxis, isto é, a teoria deve ser completamente abandonada em favor da prática.
B) Nietzsche, é um conjunto de ilusões que parece canônico após longo uso, por se ter esquecido seu caráter metafórico.
C) Heidegger, é, em sentido originário (alétheia), uma propriedade primordialmente atribuída às proposições.
D) Wittgenstein, é a correspondência específica com os fatos realizada na figuração dos jogos de linguagem.

Questão 36
A respeito da reflexão filosófica sobre a moral, pode-se afirmar que, segundo:
A) Hume, de fatos podem se deduzir normas, por isso a ética deve ser derivada da ciência.
B) Kant, o dever é a imposição da lei moral dada pelas inclinações e necessidades humanas.
C) Nietzsche, todos os valores absolutos devem ser acolhidos a partir da perspectiva da vida.
D) Mill, a utilidade é a capacidade de promover a maior felicidade para o maior número.

Questão 37
O desejo é uma noção próxima de outras, como apetite, paixões, inclinações e refere-se, de modo geral, a impulsos ou tendências que não são guiados pela razão.
Sobre algumas formas mais clássicas de se conceber o desejo, pode-se afirmar que, de acordo com:
A) Aristóteles, as paixões humanas estão relacionadas ao saber prático, e excluem quaisquer relações com o saber teorético.
B) Maquiavel, o príncipe, para conservar seu poder e sua respeitabilidade, sempre deve satisfazer os desejos dos súditos.
C) Nietzsche, grande parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente guiado por seus instintos.
D) Freud, a consciência moral é senhora dos desejos inconscientes, causadores da neurose em indivíduos imorais.

Questão 38
Ao longo da história, algumas das teses políticas de Aristóteles mereceram críticas de outros autores. Entre essas teses, pode-se citar a concepção do Estado justo como uma comunidade una e indivisa; a finalidade do Estado como sendo o bem comum; e a necessidade de os governantes serem virtuosos por serem exemplo para os governados, que os imitam.
Sobre os autores que criticaram Aristóteles, pode-se afirmar que, de acordo com:
A) Maquiavel, o príncipe deve parecer ter as virtudes éticas, sendo necessário em algumas circunstâncias agir contrariamente a elas.
B) Hobbes, o Estado faz o contrato social surgir naturalmente da convergência dos cidadãos em torno de seu próprio desenvolvimento.
C) Marx, a economia política é o que torna uma comunidade una e indivisa e realiza o bem comum que é o objetivo do Estado.
D) Foucault, a sociedade disciplinar se constitui pelo estabelecimento da soberania, através da delegação de poder pelos indivíduos nas instituições.

Questão 39
A tragédia é uma forma de arte abordada por diferentes pensadores, que a consideraram um dos grandes gêneros artísticos.
De acordo com Aristóteles e Nietzsche, respectivamente, a tragédia envolve:
A) a imitação de ações de caráter elevado através das quais o herói é levado a um destino de infortúnio - a articulação entre os impulsos artísticos da figuração plástica e da música.
B) a imitação de ações de caráter elevado que provocam o êxito do herói - a predominância do impulso dionisíaco sobre o apolíneo a ponto de excluí-lo totalmente.
C) a imitação de ações de caráter baixo que provocam o êxito do herói - a predominância do impulso apolíneo sobre as manifestações dionisíacas a ponto de excluí-las totalmente.
D) a imitação de ações de caráter baixo que provocam a decadência do herói - a destruição mútua dos impulsos artísticos da figuração plástica e da música.

Questão 40
No "método de analogia lógica", utilizado para determinar e um argumento silogístico é válido ou não, substituem-se algumas palavras por outras, cujo sentido conhecemos, mantendo a forma do argumento. Se, então, depara-se com premissas verdadeiras e conclusão falsa, sabe-se que o argumento é inválido.
A característica do silogismo que torna possível esse método está expressa em:
A) A premissa maior tem extensão lógica maior do que a premissa menor.
B) A validade ou a invalidade de um silogismo é uma questão puramente formal.
C) A validade ou a invalidade de um silogismo depende de seu conteúdo específico.
D) A conclusão tem extensão lógica menor do que as premissas.

GABARITO:
01)C 21)A
02)B 22)B
03)A 23)B
04)C 24)D
05)C 25)A
06)A 26)B
07)C 27)A
08)B 28)D
09)A 29)A
10)D 30)D
11)C 31)B
12)A 32)A
13)C 33)D
14)D 34)A
15)A 35)B
16)C 36)D
17)D 37)C
18)A 38)A
19)D 39)A
20)B 40)B
Fonte: http://www.filosofia.com.br/




ENEM 2010: Questões de Filosofia

A política, foi inicialmente, a arte das pessoas se ocuparem do lhes diz respeito. Posteriormente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a decidirem sobre aquilo de que nada entendem.









VALÉRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M.V.M. A cidadania ativa. São Paulo: Ática, 1996.









Nesta definição o autor entende que a história da política está dividida em dois momentos principais: um primeiro, marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo caracterizado por uma democracia incompleta. Considerando o texto, qual é o elemento comum a esses dois momentos da história política?









a. A distribuição equilibrada do poder.



b. O impedimento da participação popular.



c. O CONTROLE DAS DECISÕES POR UMA MINORIA.



d. A valorização das opiniões mais competentes.



e. A sistematização dos processos decisórios.









. . . . . . . . . . . . . . .









O príncipe, portanto, não deve se incomodar com a reputação de cruel, se seu propósito é manter o povo unido e leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderá ser mais clemente do que outros que, por muita piedade, permitem aos distúrbios que levem ao assassínio e ao roubo.









MAQUIAVEL, N. O Príncipe. São Paulo. Martin Claret, 2009.









No século XVI, Maquiavel escreveu O Príncipe, reflexão sobre a monarquia e a função do governante. A manutenção da ordem social, segundo esse autor, baseava-se na









a. Inércia do julgamento de crimes polêmicos.



b. Bondade em relação ao comportamento dos mercenários.



c. Compaixão quanto à condenação de transgressões religiosas.



d. Neutralidade diante da condenação dos servos.



e. CONVENIÊNCIA ENTRE O PODER TIRÂNICO E MORAL DO PRÍNCIPE.









. . . . . . . . . . . . . . .









A lei não nasce da natureza, junto das fontes frequentadas pelos primeiros pastores; a lei nasce das batalhas reais, das vitórias, dos massacres, das conquistas que têm sua data e seus heróis de horror: a lei nasce das cidades incendiadas, das terras devastadas, ela nasce com os famosos inocentes que agonizam no dia que está amanhecendo.









FOUCAULT, M. Aula de 14 e janeiro de 1976. In: Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes, 1999.









O filósofo Michel Foucault (séc. XX) inova ao pensar a política e a lei em relação ao poder e à organização social. Com base na reflexão de Foucault, a finalidade das leis na organização das sociedades modernas é









a. Combater ações violentas na guerra entre as nações.



b. Coagir e servir para refrear a agressividade humana.



c. Criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma mesma nação.



d. Estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre países inimigos.



e. ORGANIZAR AS RELAÇÕES DE PODER NA SOCIEDADE E ENTRE OS ESTADOS.









. . . . . . . . . . . . . . .









A ética precisa ser compreendida como um empreendimento coletivo a ser constantemente retomado e rediscutido, porque o produto da relação interpessoal e social. A ética supõe ainda que cada grupo social se organize sentindo-se responsável por todos e que crie condições para um exercício de pensar e agir autônomos. A relação entre ética e política é uma questão de educação e luta pela soberania dos povos. É necessária uma ética renovada, que se construa a partir da natureza de valores para organizar também uma nova prática política.



CORDI. et al. Para filosofar. São Paulo: Scipione, 2007 (adaptado)







O século XX teve de repensar a ética para enfrentar novos problemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos ideológicos e contradições da realidade. Sob este enfoque e a partir do texto, a ética pode ser compreendida como





a. INSTRUMENTO DE GARANTIA DA CIDADANIA, PORQUE ATRAVÉS DELAS OS CIDADÃOS PASSAM A PENSAR E A AGIR DE ACORDO COM VALORES COLETIVOS.



b. Mecanismo de criação dos direitos humanos, porque é da natureza do homem ser ético e virtuoso.



c. Meio para resolver os conflitos sociais no cenário da globalização, pois a partir do entendimento do que e efetivamente a ética, a política internacional se realiza.



d. Parâmetro para assegurar o exercício político primando pelos interesses a ação privada dos cidadãos.



e. aceitação de valores universais implícitos numa sociedade que busca dimensionar sua vinculação à outras sociedades.









. . . . . . . . . . . . . . .









Na ética contemporânea, o sujeito é não é mais um sujeito substancial, soberano e absolutamente livre, nem um sujeito empírico puramente natural. Ele é simultaneamente os dois, na medida em que é um sujeito histórico-social. Assim, a ética atinge um dimensionamento político, uma vez que a ação do sujeito não pode mais ser vista e avaliada fora da relação social coletiva. Desse modo, a ética se entrelaça, necessariamente com a política, entendida esta como a área de avaliação de valores que atravessas as relações sociais e que interliga os indivíduos entre si.



O texto, ao evocar a dimensão histórica do processo de formação da ética na sociedade contemporânea, ressalta



a. Os conteúdos éticos decorrentes da ideologias político-partidárias.



b. O valor da ação humana derivada de preceitos metafísicos.



c. A sistematização de valores desassociados da cultura.



d. O SENTIDO COLETIVO E POLÍTICO DAS AÇÕES HUMANAS INDIVIDUAIS.



e. O julgamento das ação ética pelos políticos eleitos politicamente.









. . . . . . . . . . . . . . .



A questão tinha um quadrinho da Mafalda dizendo numa fila para vacinar-se a uma enfermeira: "Viemos nos vacinar contra o despotismo"



Democracia: “regime político no qual a soberania é exercida pelo povo, pertence ao conjunto de cidadãos.”





JAPIASSÚ, H; MARCONDES, D. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.



Uma suposta “vacina” contra os despotismo, em um contexto democrático, tem por objetivo





a. Impedir a contratação de familiares para o serviço público.



b. Reduzir a ação das instituições constitucionais.



c.Combater a distribuição equilibrada de poder.



d. EVITAR A ESCOLHA DE GOVERNANTES AUTORITÁRIOS.



e. Restringir a atuação do parlamento.











Provas de Concursos e do Vestibular









(29/Set) Prova e Gabarito - Professor de Filosofia - Prefeitura Municipal de Cariacica - ES - Universidade Federal Fluminense - UFF - 2009









CONHECIMENTO ESPECÍFICO









21. Desde Tales de Mileto, as explicações sobre o cosmos são realizadas por meio de argumentos, razões plausíveis para que o processo desencadeado pela physis se comporte de determinada maneira. Tais argumentos são confrontados por outros filósofos e, progressivamente, as concepções tornam-se cada vez mais elaboradas. Dessa forma, o pensamento filosófico que emerge nesse movimento distancia-se do pensamento mítico, entre outras razões, porque:



A) inaugura o primado da transformação permanente pela interferência contínua dos deuses na criação do cosmos;



B) busca uma physis arcaica e antropomórfica, que une o homem ao cosmo sem sua estabilidade;



C) apresenta uma visão de mundo com base racional que pode ser repensada por meio de argumentação e substituída;



D) descreve uma cosmogonia inovadora racionalizada por meio de ritos simbólicos criados pela ação do homem;



E) as narrativas mágico-religiosas são substituídas por outra linguagem mágico-simbólica para representar o sagrado.









22. Podem-se considerar como três das características básicas da ciência moderna, em contraposição à filosofia clássica e ao pensamento teológico cristão:



A) controle técnico da natureza, método experimental, quantificação dos fenômenos;



B) reflexão sobre o homem e o mundo, aliança com a técnica, verdades inquestionáveis;



C) rigor intelectual, método empírico-dedutivo, harmonização entre razão e fé;



D) hipóteses confrontadas com a realidade, verdades absolutas, narrativas matemáticas;



E) linguagem matemática, método experimental e impossibilidade de refutação









23. Para Aristóteles, o ser é a substância, cada indivíduo particular constituído por uma forma, que responde pela essência imutável do ser, unida à matéria, que garante o movimento, a diversidade, a transformação.Assim sendo:



A) o ser existe primeiramente como a essência expressa em sua forma;



B) matéria e forma determinam a existência do ser como um composto;



C) o que define o ser é exclusivamente sua essência;



D) o ser depende de uma causa final e uma causa formal excludentes;



E) a substância é causa do ser enquanto ser, e exclui o dever.









Leia o texto abaixo e responda às questões 24, 25 e 26.



"O homem faz-se; ele não está pronto logo de início; ele se constrói escolhendo a sua moral; e a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher uma moral. Só definimos o homem em relação a um engajamento. (...) Se alguma vez o homem reconhecer que está estabelecendo valores, em seu desamparo, ele não poderá mais desejar outra coisa, a não ser a liberdade como fundamento de todos os valores. Isso não significa que ele a deseje abstratamente. Mas, simplesmente, que os atos dos homens de boa fé possuem como derradeiro significado a procura da liberdade enquanto tal".



(SARTRE. O existencialismo é um humanismo.)









24. A passagem transcrita do texto que indica o princípio existencialista, pelo qual a existência precede a essência é:



A) "os atos dos homens de boa fé possuem como derradeiro significado a procura da liberdade";



B) "a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher";



C) "Isso não significa que ele a deseje (a liberdade) abstratamente";



D) "não poderá mais desejar outra coisa, a não ser a liberdade como fundamento de todos os valores";



E) "O homem faz-se; ele não está pronto logo de início".









25. É possível inferir-se do texto que:



A) a diretriz do determinismo é o princípio gratuito da liberdade;



B) o princípio do ceticismo é condição de possibilidade da liberdade;



C) a tônica do pensamento existencialista é o idealismo determinista;



D) o objetivo da liberdade, em sua concretude, é querer-se a si própria;



E) o absurdo sentido da vida exclui a liberdade gratuita e engajada.









26.O texto indica que, para Sartre:



A) os valores são determinados por Deus;



B) a liberdade é o fundamento de todos os valores;



C) a ética constitui-se pela procura da felicidade;



D) não pode haver moral porque Deus não existe;



E) o valor máximo é a vontade de poder.









27. "Desde Copérnico o homem parece ter caído em um plano inclinado, agora rola cada vez mais depressa afastando-se do centro...Toda ciência tende hoje a dissuadir o homem do apreço que teve até agora por si, como se este nada mais tivesse sido do que uma bizarra vaidade." Nesta passagem da Genealogia da moral, Nietzche critica a posição kantiana de crença absoluta na ciência moderna e na consciência moral. Quanto às conseqüências para a



epistemologia contemporânea, podemos dizer que Nietzsche prenuncia:



A) o pensamento complexo de Edgar Morin, que prioriza as Ciências Humanas e descarta a necessidade da Filosofia;



B) novos paradigmas para o conhecimento científico pelo descentramento progressivo, como apontado por Foucault nas "feridas narcísicas";



C) a crise da ciência moderna que desemboca na técnica informatizada, o raciocínio virtual do homem descentrado, conforme Pierre Levy;



D) a fragmentação radical dos saberes e o fim das certezas, conforme a teoria holística de Ilya Prigogine;



E) a "modernidade líquida" de Zygmunt Bauman, concepção que unifica o sujeito moral e o sujeito cognitivo.









28. Observe o texto.



"A mente, tendo recebido do exterior as ideias (...), ao dirigir seu olhar para dentro, sobre si mesma, e ao observar suas atividades próprias em relação às ideias que já possui, tira de lá outras idéias, que podem ser objeto de sua contemplação tanto quanto aquelas que recebeu das coisas exteriores".



A posição que se evidencia no fragmento de texto acima transcrito é o:



A) empirismo de Locke;



B) idealismo de Kant;



C) racionalismo de Descartes;



D) ceticismo de Hume;



E) existencialismo de Heidegger.









29. Observe o texto.



"Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde os meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências".



(DESCARTES. Meditações.)



Partindo das constatações mencionadas acima, o autor instaura a dúvida hiperbólica, colocando a si mesmo argumentos para confrontar as antigas certezas. Tais argumentos:



A) são conhecidos como argumentos céticos porque confirmam o ceticismo cartesiano;



B) denunciam a hipocrisia moral e a pretensão de que podemos distinguir claramente o BEM e o MAL;



C) constituem o encadeamento de deduções que permite chegar a uma primeira certeza;



D) partem do cogito para concluir a impossibilidade da existência de qualquer substância;



E) são fantasiosos e, portanto, incoerentes com as deduções lógicas encadeadas pelo filósofo.









30. De acordo com a ética aristotélica, o Bem supremo é:



A) Deus, sumamente bom e poderoso que concede a graça da fé aos que poderão encontrá-lo em sua própria alma;



B) a liberdade, característica do eu puro de ultrapassar a causalidade da natureza e forjar seu próprio destino;



C) a boa vontade, regida pela consciência moral, que se submete ao dever na obediência aos imperativos categóricos;



D) a felicidade, buscada por todos os homens, e que necessita ser conquistado numa atividade dirigida pela razão;



E) a vontade de poder, que se realiza no eterno retorno e na possibilidade de superar os valores do cristianismo.









31. Na conclusão da Genealogia da moral, diz Nietzsche: "O homem, o mais bravo e habituado ao sofrimento dentre os animais, não nega em si o sofrer; ele o quer, ele o procura mesmo, pressuposto que lhe indiquem um sentido para isso, um para-quê do sofrimento. A ausência do sentido do sofrer, não o sofrer, era a maldição que até agora esteve estendida sobre a humanidade". A "vontade do nada", Mal Menor por excelência, é atingida nessa linha de raciocínio, na qual o que oferece sentido ao sofrimento é:



A) o ressentimento, negação que se dirige sempre para fora de si mesmo e inviabiliza a existência;



B) o ideal ascético, que preserva a existência de uma vontade como fundamento do sujeito;



C) a gênese dos valores como expressão de verdades que não se submetem ao devir temporal;



D) Deus, fundamento dos valores que permitem a preservação da alma para além do bem e do mal;



E) a vontade própria dos "homens do rebanho", que se distingue da vontade dos senhores e dos nobres.









32. Pode-se dizer que o pensamento político de Locke fundamenta o Estado liberal porque postula a passagem do estado de natureza ao estado de sociedade por meio:



A) da instauração da propriedade privada que impede que a ajuda mútua continue a ocorrer naturalmente;



B) de um contrato estabelecido pela vontade geral em que cada cidadão, ao obedecer às leis, só obedece a si mesmo;



C) de um acordo entre homens livres e iguais que se colocam sob a proteção de um deles com o grande e principal objetivo de preservar a propriedade;



D) de um pacto que impõe um soberano absoluto que impede a destruição de toda a comunidade na guerra de todos contra todos;



E) de uma ordem natural regida pela razão que atribui ao Estado a origem das desigualdades e domínio dos fortes sobre os fracos.









33. O conceito de práxis é fundamental na teoria marxista.



Pode-se compreender a práxis como:



A) o princípio que instaura o poder na sociedade civil por meio de uma dialética da eterna circularidade;



B) a dimensão da prática do homem, descomprometida com qualquer pensamento racional ou lógica da contradição;



C) a instância geradora do conhecimento empírico que abarca toda a compreensão da natureza em sua história;



D) o materialismo enquanto intuição dos indivíduos únicos e singulares inseridos na sociedade das lutas de classe;



E) a relação dialética pela qual o homem, ao transformar a natureza e a sociedade por meio do trabalho, transforma a si mesmo.









34. Pelas relações e transformações que se estabelecem na práxis social constitui-se:



A) a superestrutura responsável pelo desenvolvimento científico da sociedade moderna;



B) o materialismo econômico que se contrapõe ao materialismo dialético e ao determinismo histórico;



C) a divisão do trabalho e o modo de produção capitalista, expressão máxima da História;



D) a infraestrutura econômica sobre a qual se erigem os demais níveis da estruturação social;



E) a hierarquia de classes sociais que fundamentam a sociedade e permanecem constantes.









35. Observe o texto.



"... uma das primeiras coisas a compreender é que o poder não está localizado no Estado e que nada mudará na sociedade se os mecanismo de poder que funcionam fora, ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, não forem modificados".



(MICHEL FOUCAULT. Microfísica do poder.)









De acordo com a posição expressa acima pelo autor, seria importante:



A) conhecer, sobretudo, os micropoderes que se exercem no cotidiano;



B) confirmar a fragilidade do poder no nível do conhecer e do saber;



C) reafirmar que o saber sobre o corpo nada acrescenta à análise do poder;



D) enfocar o enraizamento do poder em uma determinada classe social;



E) perceber que o poder age apenas por meio da censura e do recalque.









Leia o texto abaixo e responda às questões 36, 37 e 38.



Walter Benjamin, em A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução, dispõe-se a desmistificar a visão elitista de que os objetos de arte seriam portadores de uma "aura", que



lhes atribuiria valor estético somente enquanto individualizados e únicos. Ele contrapõe que "o homem que se diverte pode também assimilar hábitos; diga-se mais: é claro que ele não pode efetuar determinadas atribuições, num estado de distração, a não ser que elas se lhe tenham tornado habituais. Por essa espécie de divertimento, pelo qual ela tem o objetivo de nos instigar, a arte nos confirma tacitamente que o nosso modo de percepção está hoje apto a responder a novas tarefas".









36. Na obra citada, Benjamin procura demonstrar que:



A) a obra de arte, ao ir mais além do "culto" a ela dispensado pelo seu caráter de raridade, atinge dimensões sociais mais amplas;



B) o talento e poder de expressão do artista criam o valor estético da obra quando aceitos pela elite em que se inserem;



C) o cinema é considerado a arte por excelência a partir do século XX, estando as outras formas de arte condenadas à extinção;



D) o papel social da arte está ligado à "aura" própria dos objetos artísticos que os torna inteligíveis e valorizados;



E) a arte e a cultura de um povo dependem da indústria cultural que as produz e permite sua assimilação.









37. Em sua concepção de arte, Benjamim NÃO aceita:



A) a fruição daqueles que tomam consciência da beleza diante de uma obra de arte;



B) a existência de juízos estéticos quanto ao valor das obras de arte;



C) a concepção de beleza como variável de acordo com o momento histórico;



D) a irreprodutibilidade da obra de arte por seu caráter único e exclusivo de raridade;



E) o poder de instigação que a arte propicia ao abrir novos significados na práxis social.









38. A reflexão de Benjamin poderia servir de argumento para os professores de Filosofia que:



A) restringem suas análises à estética das imagens cinematográficas utilizada como instrumento de criar hábitos de concentração;



B) procuram unir razão e sensibilidade e introduzem a reflexão filosófica a partir dos significados que a imagem cinematográfica instaura;



C) priorizam a diversão, uma vez que o trabalho teórico textual não vem produzindo os efeitos desejados;



D) substituem o intelectual pelo perceptivo e realizam suas aulas numa perspectiva empirista e behaviorista;



E) priorizam como objetivo a construção de hábitos e atitudes como condição de possibilidade da emergência do espírito filosófico.









39. Dentre os "conhecimentos necessários de Filosofia" (LDB, artigo 36, § 1) a serem priorizados estariam os temas emergentes contemporâneos, tais como a globalização, as mudanças na vida cotidiana na sociedade tecnológica, os novos valores e costumes. Tratar esses temas filosoficamente:



A) valoriza a Filosofia pós-moderna que não precisa levar em conta o pensamento clássico dos pensadores antigos nem sistemas e teorias filosóficas obsoletos para a sociedade globalizada em que vivemos;



B) atribui à filosofia um papel secundário e compensatório porque suprime a especificidade da reflexão filosófica uma vez que a análise dos temas se esgota no âmbito de cada disciplina científica;



C) dilui e deturpa necessariamente o papel da Filosofia, que se precariza nesse nível de ensino devido principalmente à falta de base dos alunos que reduz a discussão a considerações próprias do senso comum;



D) restringe o estudo da filosofia a um modismo e "presentismo", não atendendo aos grandes temas da história da filosofia e passando por fora das contribuições dos grandes filósofos;



E) reafirma o papel específico da reflexão filosófica ao buscar o significado dos fatos e problemas, revisar os fundamentos epistemológicos das teorias abordadas e análise crítica das concepções de valores e costumes.









40. Conforme se reafirma nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, a introdução da disciplina Filosofia no currículo do Ensino Médio, inserida na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias:



A) contribui pouco para a construção da cidadania plena, uma vez que o conhecimento filosófico é eminentemente teórico, o que exclui a possibilidade de qualquer vínculo com a realidade;



B) é a responsável pela construção da cidadania, pois apenas o conhecimento das teorias dos grandes filósofos permite a crítica da sociedade responsável por tal construção;



C) só pode promover a construção da cidadania plena dos estudantes do Ensino Médio caso o currículo desenvolvido, em todas as disciplinas, esteja harmonicamente voltado para tal fim;



D) é inútil para a construção da cidadania ou para qualquer outro fim, uma vez que os estudantes desse nível não apresentam a base cultural necessária para apreender esse tipo de conhecimento;



E) não tem a atribuição de contribuir para a construção da cidadania plena dos estudantes, que é uma competência transversal da área e não um objetivo da disciplina.









PROVA DISCURSIVA



SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA:



Um professor da 2ª série do Ensino Médio desenvolveu a seguinte atividade com seus alunos:



Solicitou aos colegas professores da turma que selecionassem pequenos textos de autores contemporâneos que abordassem questões relativas ao conceito de sociedade sob o enfoque de suas disciplinas específicas;



Solicitou aos alunos que pesquisassem, durante uma semana, notícias de jornais ou veiculadas pela televisão que se referissem à sociedade.



Em sala de aula, os alunos, divididos em grupos, trabalharam um dos textos oferecidos pelos diferentes professores seguindo o roteiro abaixo:









Identificar o conceito de sociedade apresentado no texto.



Identificar outros conceitos básicos relacionados ao conceito-chave.



Relacioná-los ao contexto das diferentes disciplinas curriculares.



Explicitar a proposta do autor do texto lido a respeito da questão temática (sociedade).



Relacionar as notícias recortadas dos jornais pelos componentes do grupo com a posição do autor.



Argumentar contra e/ou a favor da posição defendida pelo autor, diante das situações reais apresentadas nas notícias.









A discussão coletiva sobre a atividade realizada subsidiou a apresentação pelo professor do conceito de sociedade segundo teorias filosóficas clássicas.









Observe a situação apresentada e desenvolva um pequeno texto (no mínimo 25 a no máximo 30 linhas) integrando os itens abaixo propostos:









1. Destacar 3 (três) características da Filosofia e atitude filosófica diante do conhecimento evidenciadas na situação descrita no texto, justificando os destaques.



2. Selecionar 3 (três) competências ou habilidades a serem desenvolvidas em Filosofia, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio e comentar como poderiam ser construídas na situação apresentada.









GABARITO:



21C - 22A - 23B - 24E - 25D - 26B - 27B - 28A - 29C - 30D - 31B - 32C - 33E - 34D - 35A - 36A - 37D - 38B - 39E - 40C