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DOUTORANDO EM EDUCAÇÃO MESTRE EM FILOSOFIA. ESPECIALISTA EM EDUCAÇÃO E GESTÃO DE PROJETOS. BACHAREL E LICENCIADO EM FILOSOFIA. EDUCADOR. MEMBRO DA ACADEMIA DE LETRAS E ARTES DE ARAGUARI. MEMBRO DA UNIÃO BRASILEIRA DE ESCRITORES - UBE. ESCRITOR PREMIADO EM DIVERSOS CONCURSOS LITERÁRIOS. COLABORADOR Da REVISTA MUNDO JOVEM E DE DIVERSOS JORNAIS, PERIÓDICOS E BOLETINS. Assessor Pedagógico, Coordenador de Projetos educacionais e culturais. Autor do Livro "Camaleão: metapoesia".

Poemas Premiados

Texto Publicado na Revista CULT (JUNHO DE 2015)
O REVERENTE


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Camaleão

Poema Vencedor do Concurso Internacional de Poesias promovido pela Associação de Escritores de Bragança Paulista - SP (2008)





Um homem que caminha com a morte a seu lado é mais sereno.

Seu guarda chuva está sempre disposto na fechadura da janela.

Seu casaco, pendurado no cabide.



Não que um homem ao lado da morte

tenha medo de chuva,

mas é que, como o guarda-chuva,

ele está sempre disposto.



Ele tem um acordo selado com a solidão, embora lhe agrade a mesa cheia em plena segunda-feira.

Conhece o inferno,

recorda-se do céu,

mas prefere o chão.



Conhece também todos os olhos claros que iluminam as esquinas.

Não guarda sorrisos

nem quando faz tristeza.



Sabe que todo ponto final é lugar de passagem

e que a única estadia definitiva é a estrada.

Parte sempre que algo se revela,

quando tem certeza e quando duvida.



O “Livro Sagrado dos Homens ao Lado da Morte” lhe revelou:

o caminho é lugar de salvação

e a mala pronta,

o único fardo a ser carregado.



O homem com uma morte bem do seu lado

tem passadas firmes, comedidas, elegantes.

Escreve poemas alegres,

ouve Bizet de madrugada,

e lê Rimbaud nas horas vagas.

É marxista de direita

e odeia verdades absolutas.



Uma homem que caminha lado a lado com a morte

sabe perfeitamente que o homem

é o parente mais próximo do camaleão

descendente direto das cigarras e dos bem-te-vis

Por isso,

um animal que

muda

canta

chega

e parte...

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Sempre-me
Poema vencedor do Concurso Nacional de Poesias "Carlos Drummond de Andrade" (SESC - DF)
 
O caminho de quem parte


permanece

nos olhos

que ficam



que fitam

que se espantam

que se findam.



Tudo o que encontro


se

perde

me

esconde

me

prende

me.



Todo encontro

me

desfaz

me

desarma

me

deserda

me

desmente

me

desvela

me

desmonta-me

E vive-se sempre muito depressa.
e sempre é tarde demais!


O homem do cerrado

Canta de cigarras
Nomeia passados e sonhos
Faz ver cordeiro em onça
Tem visão de borboletas
É do tamanho do que vê
Torna maior o que toca
E biografa-se pequeno
Vê horizonte ao contrário
Deixa-se ser!
Guiado pela criança
que o acompanha. Persegue
a grandeza do ínfimo
Apequena a vida:
encanta-a!

 Poema Premiado no Concurso Cultural "Calendário 2012" promovido pela Secretaria de Cultura de Uberlândia - MG (06/12/2011)